Este domingo
choveram
Lágrimas em
Portugal
Não de
tristeza pelo derradeiro
Remate à
baliza da vida
Mas de
júbilo pelo privilégio
De termos
sido teus contemporâneos
Dos teus pés
saíam epopeias
Metáforas
asas orquídeas
Para alegria
de todos nós
Os teus
golos eram poemas
Que
levantavam a alma colectiva
Do rés-do-chão
dos tempos
Na Luz ou em
Wembley
Das tuas
cabeçadas floriram palmas
Abraços êxtases
paixões
Iluminaste
destinos fados afectos
Imortalizaste
o melhor que o futebol
Consegue
inventar
A magia a
fantasia a força
A energia
que faz mover corações
E torna mais
humanos os homens
Tinhas a
pátria dentro de ii
Partilhada com
o teu povo
Pantera ou
diamante
Eras uma
festa imensa em campo e fora dele
Para felicidade
dos que te adoravam
O teu
coração não resistiu
A tanto amor
Por todos
nós
Porque foi
por nós que marcaste
De todas as
maneiras e feitios
Que enfeitiçaste
a bola
Guiando-a
para onde a alma era maior
Escreveste no
relvado as páginas
Mais notáveis
do desporto português
Espalhaste a
grandeza de Portugal
Pelo mundo
com o talento
Que só os
deuses conseguem
Ainda assim
eras o mais simples
O mais puro
o mais próximo
Da geometria
da terra das flores das águas
Vestiste a
pele de herói de todo um povo
E apenas te
escondeste do nosso olhar
Artur
Coimbra
(05.01.2014)
Eusébio
partiu hoje, a dias de fazer 72 anos de idade.
Ao longo do
dia, tudo foi dito e redito, nas televisões, nas rádios, nas redes sociais.
Apreciei,
mesmo, as palavras de dirigentes com que normalmente não vou à bola e que,
neste caso, inteiramente subscrevo. Casos de Passos Coelho, Cavaco Silva e
Pinto da Costa.
Eusébio era
na verdade uma referência colectiva, um traço de união entre os portugueses, de
qualquer matiz clubística ou ideológica.
Foi um dos
heróis da pátria, que tão escassos tem.
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