O Teatro-Cinema de Fafe, lotado como um ovo, rendeu-se à magia, à sensualidade, ao lirismo, à paz interior desse nome grande da música portuguesa actual, Tereza Salgueiro. Foi este sábado à noite, 18 de Junho, quando a cantora aqui trouxe o seu mais recente trabalho, Voltarei à minha Terra.
O evento integrou-se no quadro do programa “Concertos Íntimos” para este ano, de que constitui o terceiro momento, após as actuações de Tim (Fevereiro) e Sérgio Godinho (Abril). Ficam a faltar os concertos com Rita Redshoes (8 de Outubro) e Carminho (10 de Dezembro).
Ao longo de cerca de hora e meia e excelentemente acompanhada pelos músicos Carisa Marcelino (acordeão), André Santos (guitarra clássica), Óscar Torres (contrabaixo) e Rui Lobato (percussão), Tereza Salgueiro empreendeu uma belíssima digressão a músicas do imaginário português do século XIX, que começaram em Fernando Lopes Graça e continuaram em Zeca Afonso, Fausto e outros consagrados compositores nacionais. Espaço houve ainda para três fados de Lisboa e um de Coimbra, sempre com o timbre irrepreensível dessa voz divinal que espalha encanto e fascinação em seu redor.
Após os habituais “encores”, a artista da voz de ouro ainda teve tempo para “regressar” a um mítico tema dos Madredeus, que dedicou à sua filha, presente na sala e que a todos soltou a memória de um dos grandes momentos da carreira da cantora. De recordar que em 2007, Tereza abandonou os Madredeus, em favor da sua carreira a solo, a qual inclui os álbuns Obrigado (2005), Você e Eu (2007), La Serena (2007), Matriz (2009) e agora Voltarei à Minha Terra (2011).
Voltarei à minha Terra é, assim, a nova viagem de Tereza Salgueiro, através da memória colectiva da música portuguesa. Tereza desliza entre paisagens brilhantes e infinitas, envolta pela luminosidade de uma voz cristalina, revelando-nos ecos distantes e os mistérios da saudade. Este universo poético, nascido de palavras e sentimentos portugueses, convida-nos a respirar uma música doce e intensa, ao mesmo tempo que nos seduz numa delicada teia de desejos, esperanças e sonhos.
Tereza Salgueiro teve ainda palavras de muito apreço para o município de Fafe e para as pessoas e entidades que tão bem a têm acolhido, não apenas por altura deste espectáculo mas quando há semanas aqui esteve durante alguns dias para descansar e conhecer o concelho: a Aldeia do Pontido e o Doce Abrigo, entre outros espaços locais.
Tereza Salgueiro: uma simpatia sem limites! |
A artista agradeceu a todo o maravilhoso público presente e afirmou, na sua voz doce e reconhecida: “ainda bem que este Teatro não foi abaixo!”.
Claro que sim: estamos todos de acordo!
Enfim, Fafe assistiu a mais um concerto de sonho numa noite calma de início de Verão!...
Fotos: Manuel Meira Correia
1 comentário:
Fui ver este espectáculo e posso dizer que foi fabuloso.
A Teresa Salgueiro é uma cantora fora de série, ela cantou e encantou todas as pessoas que estavam no teatro. è de uma simplicidade admiravel. Ainda bem que a tivemos em Fafe.
B.A.
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