terça-feira, 31 de agosto de 2010

SERRAS DE FAFE




Texto: João Pedro Marques e Castro
Fotos: Manuel Meira Correia

Uma cidade não deve apenas ser atendida pelo seu centro, deve ser sempre tida em conta a beleza e magnificência das suas periferias. Tal como o ser humano não funciona sem os seus órgãos vitais, no entanto é complementado pelos restantes tecidos que comporta, Fafe tem nas suas serras um poiso seguro de cultura, valências, importância e significado.
Marcos importantes para os fafenses, aí se passaram e realizaram. Seja o grande rali de Portugal, que arrastava multidões e fazia sonhar as gentes, as várias festas populares nas várias aldeias desse emaranhado rochoso, onde cada palavra, cada terra, cada pedra do chão tem um significado presente, passado e futuro.
A Serra de Fafe leva em si algo de muito puro, em estado bruto, em forma natural. Gente que fez do suor do trabalho, da riqueza e força das suas convicções, o motor para abraçar a adversidade e torna-la oportunidade para singrar e poderem viver com dignidade e aspirarem a dar um digno futuro aos seus filhos. Que a história abarque sempre a força da cidade de Fafe, as nossas Serras sejam o portal de memória e a periferia que abarca e protege as fantásticas gentes da mais bela cidade minhota!

PALHINHAS DOURADAS - POEMA ÀS MULHERES DE TRAVASSÓS

A propósito da festa de Nossa Senhora das Graças, em Travassós, que culminou no domingo, gostaria de aqui partilhar um belíssimo poema de um bom amigo, Álvaro de Oliveira, de Braga, sobre as mulheres de Travassós que teciam (e tecem) a palha, fazendo desse exercício artesanal e rotineiro uma das formas de identidade daquele povo e, no fundo, dos fafenses.
Tem já duas dezenas de anos o texto seguinte, mas mantém a frescura e a autenticidade do que a acaba por ser eterno.
A imagem não é de grande qualidade mas dá uma ideia do que está em causa...


Palhinhas Douradas

(Às mulheres de Travassós)
Fafe

Penduram o olhar ao seio
Têm no rosto a cor do pão
Fitas de palha entre os braços
Palhinhas de mão em mão

Suor em terra correndo
Finas mãos sabor a trigo
Estas palhinhas doiradas
Têm dores de mulher consigo

Nas ruas a dar ao dedo
Em movimento apressado
Lá vão tecendo em segredo
Segredos por todo o lado

Leves palhinhas doiradas
Tantos passos mil enganos
As mulheres de Travassós
Têm nas palhinhas seus anos.


Álvaro de Oliveira
Março de 1990

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NOSSA SENHORA DAS NEVES: ONDE SE VAI “TIRAR O DIABO”

Neste fim-de-semana, termina o ciclo das principais festas e romarias que, anualmente, animam o concelho nos meses de Verão, coincidindo com os ritmos agrários das colheitas. Referimo-nos às festividades em honra de Nossa Senhora das Neves, na Lagoa (dia principal na sexta-feira) e à Senhora das Graças, em Travassós (sábado e domingo). Sobra o S. Mateus, em Medelo, lá para Setembro. Essa é mesmo a última romaria de cada ano.
A romaria em honra de Nossa Senhora das Neves, no santuário da Lagoa, lugar dividido pelas freguesias de Aboim e Várzea Cova, acaba por ser uma das principais e mais simbólicas romarias do concelho de Fafe e de todo o Minho, no quadro do culto à Virgem Maria. Para alguns, mesmo a primeira. Aqui ficam algyuns dados sobre a mesma.
Todos os anos, na última sexta-feira de Agosto, como manda a tradição, milhares de devotos sobretudo do Norte, sobem à Lagoa, com um único objectivo, para além de rezarem e cumprirem promessas: colocar a imagem de Nª Sª das Neves na cabeça. Crêem assim ficar libertos do mal. O gesto de colocar a pequena “santa” na cabeça funciona como exorcismo, ou na linguagem popular dos que o fazem, para “tirar o Diabo”.
As primeiras referências ao culto de Nossa Senhora das Neves aparecem no início do século XVIII (1706), na Corografia Portuguesa, do Padre Carvalho da Costa.
Seis anos após esta descrição, em 1712, Agostinho de Santa Maria publica Santuário Mariano, e História das Imagens Milagrosas de Nossa Senhora, em que fala da Senhora das Neves da Lagoa. Aí refere que o lugar de “Alagoa” pertence, uma parte, ao concelho de Monte Longo e outra ao de Basto. O Santuário situava-se “na parte que pertence a Monte Longo, (...) em um terreno largo, e espaçoso, (...) sítio muito áspero, e escabroso; porque é uma terra de muitas penedias, e matos muito fechados, e espessos, e muito alta e ingreme de subir. No inverno é este sítio muito frio, e desabrido, pela muita neve que ali cai”.
O cronista aborda a lenda que deu origem ao culto e que foi transmitida, de geração em geração, até aos nossos dias. Segundo a tradição, a imagem apareceu a uma inocente pastorinha que guardava algumas ovelhas no monte da Lagoa, em dia de muita neve, sobre uma árvore a que chamavam “esqualeiro” (escalheiro). Rejubilante com o achado tesouro, a pastorinha tomou a imagem da Senhora e meteu-a no cabaz em que costumava recolher o pão e as maçarocas. “Com esta rica jóia se recolheu a casa muito alegre, e chamava à Senhora a sua Santinha, e lhe ia fazendo muita festa”. Ainda segundo aquele autor, a jovem pastora “naquela noite sonhou que a Senhora lhe dizia, que no lugar em que a descobrira, se lhe devia fazer uma casa em que fosse venerada”. Quando, ao acordar, foi buscar a imagem ao cesto das maçarocas e não a encontrou, inquietou-se.”Toda sentida e lacrimosa”, correu para o monte onde a tinha encontrado e foi a própria Mãe de Deus que a consolou, dizendo-lhe: “Não chores, que cedo me verás todos os dias”.
Ajuntam outros, acrescentando a lenda, que os pastores colocaram a imagem num carro de bois que, depois de uma longa caminhada, parou no largo onde depois se ergueu o Santuário.
No século XVIII, já temos assim testemunho de que o culto à Senhora das Neves estava espalhado pela região, pois “as maravilhas, que obra Deus por intercessão de Sua Santíssima Mãe em este Santuário, não têm número”, sendo assim este muito frequentado por grande número de romeiros de Braga e Guimarães.
Para o Padre Coelho de Barros, anterior capelão do Santuário, não há exorcismos, nem possessões diabólicas no local, antes manifestação de fé mariana. Seja por que razão for, para “tirar o Diabo”, como reza a tradição, ou por pura expressão de Fé, o que é certo é que a romaria em honra de Nossa Senhora das Neves da Lagoa é uma das mais concorridas do Minho, concitando a presença de milhares e milhares de romeiros das mais variadas partes do norte do País, enchendo por completo o amplo recinto do Santuário e colorindo a montanha com larguíssimas centenas de automóveis e autocarros.
O Santuário de Nossa Senhora das Neves, que comporta ainda imagens da família de Nossa Senhora (S. Joaquim, Santa Ana, S. José, Menino Jesus, Zacarias, Santa Isabel e S. João Baptista), é um dos motivos mais importantes do concelho de Fafe, ao nível do turismo religioso e cultural, que importa conhecer e valorizar.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CULMINA ESTE SÁBADO A ANIMAÇÃO DE VERÃO EM FAFE

O grupo musical A. M. Show actua no próximo sábado, 28 de Agosto, na Arcada, a partir das 22h00, naquele que é o último espectáculo da Animação de Verão promovida anualmente pela divisão de cultura e desporto da Câmara Municipal.
Como se sabe, nos meses de Julho e Agosto, a programação do Teatro-Cinema é substituída por espectáculos ao ar livre, no coração da cidade, numa iniciativa que tem mais de duas dezenas de anos e se destina a proporcionar momentos de lazer aos residentes e emigrantes que visitam o centro urbano, em grande número, nos meses maiores de Verão. É uma animação normalmente centrada nos grupos “da casa”, a quem é proporcionada a possibilidade de se apresentarem na cidade, o que habitualmente não acontece ao longo do ano. Também têm esse direito…
O grupo A. M. Show vem da freguesia de Silvares S. Martinho e é constituído por uma dezena de elementos, que espraiam a sua música pelos mais variados ritmos e melodias, com músicas do agrado do público, animando por sistema os locais onde actuam.
Relembre-se que ao longo do mês e meio que durou o programa passaram pela Arcada, em espectáculos sempre com imenso público (este ano, nem sequer choveu nos sábados de Verão, o que aconteceu em anos anteriores…) o grupo Onda Curta, a comédia “A Saga de Zacarias contra a Morte e o Diabo”, pelo Centro de Criatividade, o XXVI Festival Folclórico Internacional organizado pelo Rancho Folclórico da Casa do Povo de Arões, a fadista Susana Cardoso, o duo Água Viva, no âmbito do XIII Encontro de Emigrantes Fafenses, o Grupo de Cantares do Centro Cultural Social e Desportivo dos Trabalhadores da CM Fafe e o Grupo de Concertinas de Seidões, na noite do passado sábado.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

DESPORTO DE ALTO NÍVEL ANIMA FAFE ESTE FIM DE SEMANA

No final da presente semana, o desporto de alto nível regressa à cidade de Fafe, fruto de um protocolo estabelecido entre a autarquia e a Kebrostress, com o apoio da Naturfafe e de outras entidades locais. O palco é o Pavilhão Multiusos de Fafe.
Concretamente, na quinta-feira, dia 26 de Agosto, pelas 21h30, tem lugar o jogo entre as selecções nacionais de basquetebol de Portugal e da Geórgia, a contar para a fase de apuramento para o campeonato da Europa da modalidade que se disputa em 2011. Um desafio que deve suscitar o maior entusiasmo e a presença dos apaixonados da modalidade e dos desportistas em geral.
Nos dias seguintes, 27 e 28 de Agosto, realiza-se pela primeira vez, também no Multiusos, o Torneio de Futsal Cidade de Fafe, com a presença de quatro das equipas nacionais mais representativas da modalidade: o SL Benfica, o Modicus, a Fundação Jorge Antunes e o Boavista FC.
No dia 27, pelas 20h30, o Modicus defronta a Fundação Jorge Antunes, enquanto pelas 22h15 o SL Benfica mede forças com o Boavista FC.
Na tarde de sábado, dia 28, pelas 15h30, realiza-se o jogo entre os vencidos para atribuição do 3º e 4º lugares, enquanto a final começa pelas 17h30.
Será também a oportunidade para os apreciadores do futsal e os desportistas em geral verem na nossa cidade o futsal de alto nível nacional.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

NOITE FATAL DE UM COMUNISTA



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Como estava previsto, foi lançado na Biblioteca Municipal de Fafe, no fim-de-semana, o livro de João Freitas, A Noite Fatal de um Comunista. Sobre a obra e o “jovem autor”, falaram o vereador da Cultura, Pompeu Martins, o editor da Labirinto, João Artur Pinto e o próprio autor.
Perante algumas dezenas de amigos e familiares, o que é de realçar em pleno Agosto, a biografia romanceada do barbeiro comunista, Joaquim Lemos de Oliveira, o mártir maior de Fafe nos tempos do fascismo, foi circunstanciada e competentemente apresentada, como é seu timbre, pelo também escritor Carlos Afonso, um fafense adoptivo que ama esta terra.
Para o blogue Sala de Visitas do Minho, resumiu a sua intervenção, que se deixa a seguir.
Em A Noite Fatal de um Comunista vamos ao encontro dos anos 20, 30, 40 e 50 do séc. XX, e onde encontramos referência à Guerra Civil de Espanha, à Segunda Guerra Mundial e, claro está, aos mandos e desmandos do regime salazarista, suportado por uma polícia sem escrúpulos e bufos sem rosto. Igualmente, surge aos nossos olhos um autor rodeado de um sentimentalismo muito vivo que nos conduz para momentos da sua infância, que vão caminhando ao lado de muitos acontecimentos narrados.
A primeira vez que li este livro, fui tropeçando aqui e ali com certos momentos narrativos, contados por um narrador omnisciente, subjectivo, presente e possuidor de um grande coração, que me levaram a parar e a saborear cada instante. Servindo-se de uma linguagem natural, digestiva, clara e desviada de uma adjectivação complicativa, o narrador mostra que todos os seus cinco sentidos estão em riste e operacionais.
Entrando na história do livro, quero dizer-vos que se preparem para conhecerem uma personagem histórica. Assim, vamos encontrar a narrativa biográfica de Joaquim Lemos de Oliveira, um anti-fascista, a quem chamavam o “Repas”, barbeiro de profissão, e que sofreu na pele as garras afiadas do salazarismo.
Tendo como pano de fundo as terras de Antime e os rios Ferro e Vizela, os nossos olhos são dirigidos para o barbeiro Joaquim, um comunista confesso, que acreditava nos seus ideais, centrados na justiça, igualdade e liberdade, mas que esbarrava nos preconceitos políticos da época.
Na sua infância, Joaquim teve uma educação cristã e apenas fez a quarta classe, pois a vida era difícil e era preciso trabalhar. Com treze anos aprendeu o ofício de barbeiro e sempre mostrou interesse pelas conversas dos clientes, principalmente por assuntos mais revolucionários. De vez em quando fazia as suas leituras, sentindo uma certa predilecção por jornais e panfletos comunistas que iam aparecendo, acabando por entrar para a Juventude Comunista em 1922. A partir deste momento, começou a lutar pelo que acreditava, tornando-se um militante activo do Partido Comunista, entretanto ilegalizado. Assim sendo, a PIDE começou a ver nele um alvo a abater.
A partir de dada altura, e sabendo do perigo que ele e a sua família corriam, fez da fuga a sua forma de vida. Foi nestas circunstâncias que se refugiou na casa de um salazarista confesso, o pai do narrador, e que era o regedor de Antime, na altura. É interessante ver o humano deste regedor que, apesar das suas convicções políticas, criticava os excessos do regime.
Com o decorrer das peripécias, magnificamente tecidas, reparamos que a PIDE cada vez apertava mais o cerco ao “Repas”, e este teve de fugir de casa do regedor, provocando uma imensa tristeza na família que o ocultava.
Com um pouco de sorte, e porque o destino assim o definia, o barbeiro lá ia conseguindo esconder-se da polícia, sendo apelidado por estes “A Truta”, por causa da facilidade como lhes escapava.
A capa, assim como no sugestivo título A Noite fatal de um comunista, reflectem o clímax da obra. Eles mostram as circunstâncias da prisão do barbeiro fugitivo, e que irão influenciar o desenrolar da acção.
A partir da altura em que a PIDE apanhou a “Truta”, que lhes fugia há tanto tempo, nunca mais o nosso Joaquim teve sossego, sendo constantemente maltratado pelos seus algozes. As cenas da prisão do “Repas”, assim como a sua morte, são-nos descritas de uma forma magistral, cobertas de um visualismo que nos surpreende.
Ao Joaquim, barbeiro de profissão, tiraram quase tudo, mas nunca lhe conseguiram roubar os seus ideais. Salazar caiu, o regime desfez-se mas, e como o nosso narrador diz de uma forma convincente, as ideias e convicções do Joaquim, o “Repas”, “A Truta”, venceram no dia 25 de Abril de 1974. A ele e a muitos outros que penaram o mesmo sofrimento devemos a nossa liberdade.
Texto: Carlos Afonso
Fotos:
Rui Dario Correia

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MONUMENTO VAI HOMENAGEAR EMIGRANTES E IMIGRANTES


O executivo fafense lançou há meses um concurso de ideias para a edificação de dois monumentos para enriquecer e embelezar outras tantas rotundas da nossa cidade.
Um deles é dedicado ao “Autarca e Poder Local”, irá ser erigido na rotunda da “Sacor” e é da autoria de Rogério Augusto Almeida Rebelo, natural de Fafe.
O segundo é dedicado ao tema “Migrante – Emigrante/Imigrante”, será implantado na rotunda da Auto-Estrada, frente aos dois centros comerciais que aí existem e é da autoria de Armindo Manuel Tavares Fernandes, um portuense há muitos anos radicado em Fafe.
Pretendemos, desta feita, compreender o significado do monumento gizado por Armindo Fernandes. É a explicação que se segue.
A escultura proposta pretende simbolizar o caminho traçado pelos portugueses, enquanto emigrantes, e pelos estrangeiros, enquanto imigrantes.
Na escultura, distinguem-se quatro elementos indissociáveis, que se complementam para demonstrar essa ideia de “migração”.
O primeiro, em cobre, reproduz a geografia de Portugal, enquanto ponto de partida (ao longo da sua história) e como destino (sobretudo nas duas últimas décadas). A cidade de Fafe, pela sua forte ligação ao “emigrante”, tem a sua localização geográfica assinalada por meio de uma aplicação de granito cinzento.
Para reforçar a ideia de ponto inicial e final de migrações surge o segundo elemento, que simboliza a viagem dos migrantes. Sendo Portugal o ponto de origem e fim das migrações, define-se essa característica através do vértice do elemento que “aponta” para o país, tendo como ponto focal a cidade de Fafe. O elemento acompanha as diversas migrações que ocorreram ao longo da História e “desdobra-se” em quatro braços que terminam no terceiro elemento da escultura, os continentes. Estes simbolizam o fim da viagem dos emigrantes, bem como os pontos de partida de muitos que escolherem Portugal como seu país de acolhimento. Este elemento será construído em aço inoxidável.
O quarto e último elemento representa, estilizadamente, o globo terrestre, através dos seus meridianos e paralelos. Pretende demonstrar de uma forma imediata a abrangência das migrações no mundo inteiro. Este elemento servirá também de suporte a “Portugal” e será também executado em aço inoxidável.
Resta acrescentar que, segundo o autor, o monumento terá 12.00m de largura, 21.00m de comprimento e 14.00 de altura.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

EMIGRANTE FAFENSE PUBLICA OBRA SOBRE O BARBEIRO ASSASSINADO PELA PIDE




A cultura de Fafe está mais rica, com a edição de um livro de um (inesperado) autor fafense, 75 anos, emigrante no Canadá, há mais de quatro décadas.
A obra tem por título A noite fatal de um comunista, é seu autor João Freitas e é apresentada na próxima sexta-feira, 20 de Agosto, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Fafe, pelo professor Carlos Afonso, autor do prefácio.
A edição é, como habitualmente, da Labirinto.
A noite fatal de um comunista é a biografia romanceada do anti-fascista Joaquim Lemos de Oliveira, o “Repas”, barbeiro de profissão, comunista por opção, porventura o mártir maior da liberdade em Fafe. Nasceu em 21 de Maio de 1908, esteve várias vezes preso por motivos políticos, desde 1936, acusado de actividades subversivas e alegados “crimes contra a Segurança do Estado”, “chavão” que na altura dizia tudo e nada dizia, em relação aos desafectos ao Estado Novo.
Depois de passar por diferentes prisões, o barbeiro comunista terá sido assassinado pela PIDE, no Porto, em 15 de Fevereiro de 1957, quando tinha menos de 50 anos de idade, em condições que permanecem ainda hoje algo nebulosas, embora seguramente bárbaras e criminosas, como eram marca do fascismo perante os seus adversários.
O funeral de Joaquim Lemos de Oliveira foi um momento importante de protesto e de revolta contra a PIDE e a GNR que vigiaram com mão de ferro as cerimónias.
De tudo isso nos fala, num belo texto romanesco, embora com rigor histórico, João Freitas, que nasceu em Antime em 1935 e aqui frequentou a escola primária.
Durante mais de doze anos foi funcionário dos C. T. T, e em 1970 emigrou para Toronto, no Canadá, onde estruturou a sua vida e educou os seus filhos. Neste novo mundo, embrenhado por um rol comprido de várias oportunidades, soube mostrar o brio e a grandeza de um verdadeiro português, que não esquece o berço de onde brotou.
Hoje, já reformado, passa os seus dias entre as duas pátrias que moram no seu peito: Portugal, onde nasceu e o Canadá, o grande país que o acolheu.
Desde sempre a escrita fez parte das suas caminhadas. Não admira, por isso, que para além do romance A noite fatal de um comunista, seja detentor de vários originais. Foi, também, ao longo dos tempos, colaborador dos jornais locais Justiça de Fafe, Correio de Fafe e Povo de Fafe.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CISMA NA IGREJA DE FAFE


Tive a honra de integrar o painel que fez, na noite de quarta-feira, 11 de Agosto, a apresentação pública do livro Cisma na Igreja de Fafe, da jornalista Joana Carneiro, num cenário belamente arquitectado.
Fi-lo, com toda a consciência e com todo o gosto, não porque me diga já muito a polémica que se gerou em torno da expulsão do Padre Lopes, que continuo a não entender, que não está minimamente explicada e sobre a qual tomei a posição que está num dos posts deste blogue, mas, sobretudo e basicamente, pela antiga amizade, e pela muita estima, respeito e consideração que me ligam ao Padre Peixoto Lopes. Um Homem de Bem. Um Homem Bom, que foi desqualificado pela hierarquia, empobrecendo fortemente a Igreja que, quer queiramos quer não, faz parte da cultura e da identidade de um povo. E é uma exigência ética e humana estar ao lado dos amigos, sobretudo nos maus momentos. Ou então não somos amigos!...
Não concordo com as posições de sobranceria intelectual daqueles que consideram que estas manifestações de Fafe são apenas de arruaceiros ou de gente menor, que denigrem a imagem da cidade. Esta é também a nossa gente e as posições compreendem-se a uma determinada luz, concorde-se ou não com os seus fundamentos. É claro que não identificam Fafe, nem as suas gentes, antes simbolizam um determinado momento e um grupo da sua população. Há que assumi-los, contudo. Os povos não têm apenas histórias brilhantes e luminosas; e não é por isso que se apagam momentos e actos menos felizes.
Quanto ao livro, foi escrito em tempo recorde, a partir do conhecimento do caso de Fafe, portanto com todos os riscos que tal comporta (o de inscrever alguns lapsos e gafes, como acontece). No entanto, é um trabalho jornalístico bem estruturado, objectivo, sério, estribado numa linguagem escorreita, acessível ao comum dos leitores.
Gostaria de destacar, desde logo, o excelente prefácio do António Marinho Matos, o editor, sob o título “A sociedade aberta, a modernidade líquida e a ética da hospitalidade” que, usando de algumas ideias de filósofos contemporâneos, como Karl Popper (A Sociedade Aberta e os seus Inimigos), Sygmund Bauman e Daniel Innerity (Le Philosophe de L’Invisible), enquadra na perfeição, a nível teórico, o que sucedeu nesta cidade, mostrando as várias leituras do problema.

Ao contrário da sociedade aberta

No fundamental, fica-se com a ideia de que a sociedade portuguesa em geral apresenta um grave défice de pensamento e que a Igreja espelha também esse défice de pensamento e de reflexão.
A Igreja é apresentada como o contrário da sociedade aberta, que se funda na possibilidade da crítica racional e livre e é também mostrada como um sistema organizacional que nada tem a ver com o sistema democrático, antes se construindo numa “ordem” carismática, autoritária, e decisiva do Mestre, “que não admite qualquer miragem de contra-ordem ou sequer a possibilidade de ligeira discussão”.
Belas páginas a ler com atenção.
O capítulo “Crónica de um cisma anunciado” relata a cronologia dos acontecimentos. A partir de meados de Julho, e do movimento eclesiástico na arquidiocese, decidido por D. Jorge Ortiga, em 18 de Julho de 2010, com a exclusão do Padre Lopes da paróquia de Fafe, todos conhecemos o que se passou e as reacções, mais ou menos apaixonadas, mais ou menos destemperadas, embora compreensíveis, dos fiéis da Igreja fafense. Inundaram a televisão e a imprensa.
Um outro momento de óbvio interesse na obra é a longa entrevista feita ao chamado “Padre do Povo de Fafe”, em que Peixoto Lopes se confessa imperfeito, por ser humano, em que aborda temas pertinentes e actualíssimos como as vocações, o celibato, a descristianização da sociedade, a abertura da Igreja ao mundo actual, os padres na política, a dicotomia homem/padre, a posição sobre o uso do preservativo, o aborto e a eutanásia, a ordenação das mulheres e o casamento homossexual.

Arcebispo de Braga: tolerância zero

Nesse interessante documento defende-se das acusações do arcebispo de Braga, censurando a sua fuga ao diálogo, a falta de coragem de falar com o pároco cara a cara, a sua “decisão injusta, cruel, inoportuna” e até ingrata, por tudo quanto o Padre Lopes fez durante o seu ministério de 25 anos pelo crescimento temporal e espiritual da paróquia.
E foi muito, como todos sabemos, e o livro relembra, que motivou a recente e unânime decisão do Município de atribuir ao pároco que abandona o seu magistério em Setembro a Medalha de Ouro de Mérito Concelhio.
Enfim, um livro que diz da injustiça, dos atropelos, da arbitrariedade, do autoritarismo, do exercício do “quero, posso e mando” (tão na lógica do ordenamento religioso…) que se abateu sobre o Padre Lopes, cujo “crime” parece ter sido o de não ter mandado para Braga quanto dinheiro Braga queria que ele mandasse. Pelo menos, e até se saber outra razão, é o motivo que mais impera…
Uma obra com ilustrações que se folheia com agrado, abordando ainda brevemente o Padre José Manuel Faria, D. Jorge Ortiga, o padre João Fernando Araújo, que vem de S. Torcato, os textos controversos do blogue do padre Albano Nogueira, um texto do Papa João Paulo II sobre o código do direito canónico e, enfim, dois comentários de teólogos sobre esta ocorrência.
Deixem-me concluir com a citação do arcebispo de Braga (p. 16 do livro), quando afirmou a uma revista católica (Faz-te ao largo!), em Outubro de 2009, que a educação devia servir para sermos capazes de conviver com a diferença. (…) A tolerância é eu ser capaz de conviver com alguém que pensa de maneira diferente da minha.
Manifestamente, o arcebispo de Braga não foi tolerante neste caso de Fafe.

Uma justa medalha para o Padre Peixoto Lopes

A Câmara de Fafe deliberou há oito dias, por proposta do seu presidente e por unanimidade, atribuir a medalha de ouro de mérito concelhio ao Padre José Peixoto Lopes, a qual será entregue “em momento oportuno”.
A proposta tem como pretexto a celebração, este ano, dos 25 anos do exercício pastoral de Peixoto Lopes na paróquia de Fafe, “onde prestou relevantes serviços” à respectiva comunidade.
Concretamente, é referida a marca deixada pelo clérigo “em muita obra feita”, neste quarto de século, como são os casos das capelas mortuárias, das capelas da Granja e dos Fiéis de Deus, a aquisição da residência paroquial, a renovação do salão paroquial e da tipografia e a construção da nova Igreja do Sagrado Coração de Jesus, entre outros, “enriquecendo a Igreja, mas também, patrimonialmente, a nossa cidade”.
A Câmara considera ainda que o Padre Peixoto Lopes manteve, ao longo destes anos, uma atitude de grande cooperação e respeito, bem como de grande independência, relativamente aos órgãos autárquicos eleitos.
Por último, entendem todos os membros do Executivo “ser de justiça reconhecer os seus méritos e a sua acção, na hora em que cessa funções”.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

BOMBEIROS: ELES SÃO OS HERÓIS (E OS MÁRTIRES)


O país está em brasa, desde há três semanas consecutivas. Os incêndios contam-se já pelos milhares, lavram por tudo quanto é mata, de norte a sul do país, aproveitando as altas temperaturas (2010 será, porventura, um dos anos mais quentes de que há memória – alertam os especialistas), a ausência de humidade, a negligência dos cidadãos e a falta de limpeza das propriedades públicas e privadas.
Só na última semana registaram-se mais de 2500 fogos florestais, à média de 400-500 por dia, que vão fazendo as aberturas dos telejornais e as manchetes da imprensa. Este fim-de-semana, foi para acabar, com centenas de ocorrências, mais ou menos graves. Em Fafe, também as coisas estiveram muito más, sobretudo no sábado, em diversas frentes. Mas não passa um dia sem que as nuvens de fumo se elevem sobre o anel do concelho, aqui, ali, acolá, como se um dedo invisível programasse o acendimento das chamas quase em simultâneo…
Fogo posto? Incúria? As opiniões dividem-se. Os governantes não gostam de apontar o dedo aos incendiários, até pela dificuldade que as autoridades têm manifestado em prendê-los e mantê-los detidos. Mas não restam dúvidas ao cidadão comum, que não tem que falar a linguagem politicamente correcta e conveniente, que a imensa maioria dos fogos é de origem criminosa. Há assassinos à solta pelo país, que não olham a meios para desertificar o território, seja qual for o interesse. Não há que os defender, como parecem querer os governantes, que apontam sistematicamente o dedo no sentido errado, por incompetência ou incapacidade; há que denunciar os criminosos e há que endurecer as sanções penais, neste como em outros casos, em que a Justiça é perversamente leviana, como na pedofilia, na violência doméstica, nos assaltos violentos, entre outras situações em que o Estado de Direito está em causa. O lugar dessa cambada é nas masmorras.
No meio de todo este pântano, salvam-se os bombeiros deste país. Eles são os heróis do quotidiano. Eles não olham à sua vida para defender a vida e os bens alheios. Eles levantam-se todos os dias sem saber se vão comer, quando vão comer, se vão regressar a casa e rever a sua esposa e os seus filhos. Eles não têm descanso, não têm horas para ler o jornal, ou para tomar o café; enquanto as chamas dão luta eles dão combate às chamas.
Saem dos quartéis a desoras e não sabem quantas horas vão permanecer no mato, quantas vezes sem água para beber, ressequidos e exaustos, a lutar pelo que não é deles, a ouvir impropérios, injúrias e má educação. Ou porque não chegaram quando as pessoas queriam, ou porque não trouxeram os meios adequados. Esquecem-se os delatores, frequentemente, que se o monte está a arder é porque eles não o limparam como deviam, é porque a prevenção – que é o passo fundamental – não foi cumprida. Alguém os deveria ter obrigado a executar as suas obrigações… Enquanto a prevenção não for coactiva, não vamos lá, nem como centenas de meios aéreos e milhares de operacionais…
“As pessoas podem confiar nos homens que estão no terreno” – gosta de proclamar o ministro Rui Pereira. E é verdade: os bombeiros são a classe social em que os cidadãos mais genuinamente confiam. Ao contrário dos políticos, situados no limite oposto.
São heróis os bombeiros. Mas também são mártires. Todos os anos se registam vítimas mortais e muitos feridos, eles que dão a sua vida em holocausto pelas existências alheias.
Na nossa região, lembramo-nos de que no ano transacto uma viatura dos Bombeiros Voluntários de Esposende, que se deslocava para Fafe para apoiar no combate aos fogos florestais, capotou bem próximo da nossa cidade, morrendo estupidamente três voluntários daquela corporação amiga.
Há uma semana, exactamente, na tarde de um de Agosto, faleceu o adjunto do comando dos BV de Cabo Ruivo, quando se deslocava de Fafe para Lisboa, depois de uma semana a ajudar os nossos voluntários. Do acidente, na Mealhada, resultaram mais cinco feridos, que também aqui haviam exercido a sua humanitária acção.
Esta segunda-feira morreu um sub-chefe de Alcobaça, no “caldeirão” de S. Pedro do Sul, onde no fim-de-semana haviam ficado feridos dois bombeiros.
Nesta terça-feira, uma jovem bombeira, de 21 anos de idade, morreu carbonizada no combate a um incêndio em Gondomar, fazendo ainda um ferido com queimaduras graves e dois ligeiros.
Ainda no fim-de-semana, mais cinco bombeiros ficaram feridos em Miranda do Corvo. Curiosamente, a maioria em acidentes de viação, que não no combate às chamas!...
Como relata o JN de terça-feira, desde 1980, morreram em Portugal 183 bombeiros, 60% dos quais em sinistros rodoviários. A ir, a vir ou a fugir dos incêndios que criminosos atearam...
É esta a “paga” pelos serviços prestados à humanidade, por estes gloriosos voluntários tantas vezes incompreendidos: pagam com a vida ou com lesões e doenças a sua dádiva, no fundo, cristã, ao semelhante que não conhecem, nem é necessário que conheçam.
O seu lema é “Vida por Vida” – esteja onde estiver, seja quem for!
Benditos voluntários que este país tem! Benditos bombeiros que Fafe tem! Eles são justamente credores do nosso maior reconhecimento, da nossa maior amizade, respeito e solidariedade!
Eles merecem todas as nossas rosas!...
(Foto: Manuel Meira Correia)

"VERÃO TOTAL" DA RTP EM FAFE EM 10 DE AGOSTO

O programa Verão Total, que preenche as manhãs da RTP 1 durante o período estival, vai ser emitido a partir de Fafe, esta terça-feira, 10 de Agosto, entre as 10h00 e as 13h00.O programa, que terá como palco a Praça 25 de Abril, no coração da cidade, é apresentado por Tânia Ribas de Oliveira e Hélder Reis.Como é usual neste tipo de emissões, durante três horas Fafe vai ser motivo de entrevistas e reportagens, nas suas potencialidades e realizações, nas áreas das actividades típicas, do empreendedorismo, das curiosidades, do turismo e da gastronomia, do artesanato, do associativismo musical, entre outras, a que não faltará, obviamente, a intervenção do Presidente da Câmara para enquadrar a actividade municipal. A Escola de Bailado, a Academia de Música, o pintor Orlando Pompeu, os Restauradores da Granja (BTT), a aldeia do Pontido, a vitela assada, o carro eléctrico a ser produzido em Fafe, o Rancho Folclórico de Fafe, entre outros, são alguns dos motivos para a conversa que terá Fafe como epicentro.
A organização do programa gostaria que o maior número de fafenses participasse na emissão, a partir do centro da cidade.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AS TRAGÉDIAS EM FAFE E A (IN)JUSTIÇA

Este início de Agosto, tradicionalmente mês de férias, de alegria, de festa, tem-se revelado trágico no município de Fafe. Em apenas algumas horas, registaram-se duas desgraças, envolvendo outros tantos jovens no começo da existência, com todo o futuro para cumprir.
Na tarde de domingo, 1 de Agosto, um jovem de apenas 13 anos de idade, Luís Vieira de Castro, divertia-se com uma pequena mota num lugar da freguesia de Travassós, quando foi abalroado criminosamente por um automóvel cujo condutor se colocou em fuga. O jovem, atleta do Desportivo Ases de S. Jorge e aluno da EB2,3 de Montelongo, nesta cidade, acabaria por não resistir ao embate e faleceu no local.
Na madrugada do dia seguinte, junto ao Mercado Municipal, um jovem emigrante de 16 anos, Michael Meira, conhecido do anterior, foi abatido a tiro, alegadamente por tentativa de roubo, saindo ferido outro jovem emigrante, de férias nesta cidade que mais pareceu, nesta feita, um inomável faroeste.
O alegado homicida, residente na Cumieira, foi detido e encontra-se em prisão preventiva, à espera de julgamento. Os trâmites foram cumpridos e a justiça está a funcionar, pelo menos nesta fase…
Contudo, o que mais revolta a consciência dos cidadãos, é o facto de o condutor que tirou, estupidamente, a vida a um adolescente, continuar em liberdade.
Como resume o JN de 4ª feira, 4 de Agosto, no lead, “o homem que, na tarde de domingo, conduzia o automóvel que abalroou e matou um rapaz de 13 anos, em Fafe, fugindo de seguida, entregou-se à GNR no dia seguinte. Tinha saído da cadeia há pouco tempo, não tem carta e o carro estava ilegal. Foi libertado”.
Mas que país é este em que um condutor mata um jovem, foge do local do acidente, abandonando a vítima, não possui carta de condução, conduz um carro em situação ilegal e ainda é “premiado” com a medida de coação mais leve, o famoso TIR (Termo de Identidade e Residência)?!...
Que justiça é esta, que descredibiliza o regime democrático e leva muitos cidadãos a clamar pelo tempo da “outra senhora”, quando, presumivelmente, haveria mais respeito e as leis penalizavam os criminosos?!... Que respeito pelas vítimas, por quem morre, por quem é ferido, por quem vê diminuídos os seus direitos e a sua integridade?!...
E depois ainda nos admiramos que o populismo de Paulo Portas venha ganhando votos com as suas campanhas vigorosas contra a permissividade da justiça portuguesa!...
Todos havemos de concordar que, em muitos aspectos, tem razão e que os códigos penais que o “Bloco Central” ainda há poucos anos aprovou deixam muito a desejar. É o violento quotidiano que o vem demonstrar, para quem quer ver!...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FADISTA SUSANA CARDOSO ANIMA FAFE ESTE SÁBADO À NOITE

A fadista Susana Cardoso regressa a Fafe, este sábado à noite, para um espectáculo de fado tradicional ao ar livre, na Arcada, no âmbito do programa de animação de Verão da autarquia.
O espectáculo tem início marcado para as 22h00 e dura cerca de 90 minutos.
É a segunda vez que a fadista vem a Fafe, onde esteve (no Teatro-Cinema) há cerca de dois meses, num memorável serão musical.
Susana Cardoso nasceu para a música através de muitos festivais da canção regionais, vencendo a maioria deles.
Em 2005, gravou o seu primeiro CD, onde se destaca o original Identidade Portuguesa, mas também os conhecidos Meu Corpo, Não passes com ela à minha rua e Procuro e não te encontro.
Gravou depois o CD Fado das Divas, onde interpreta fados emblemáticos e que foi exportado para a Holanda.
Tem actuado em inúmeras noites de fado e em programas de televisão nos diversos canais.
Dona de uma voz magnífica, interpreta magistralmente fados e canções que todos reconhecemos.
Um espectáculo a não perder, como soe dizer-se, naturalmente para quem a ele puder assistir!