quarta-feira, 28 de novembro de 2012

TRÍPTICO PARA MEU AMOR!

1.

Procuro em ti as palavras
com música e coração por dentro
O olhar que sobe às pérolas
do orvalho
quando Maio acontece
Ou então o sortilégio do silêncio
que esmaga em brancura
o voo livre das gaivotas

O cheiro ondulante do mar
escreve-se em ti,
levado à boca em ardor
de barcos na vertigem do cais

É do poema que falo,
efémero cálice de chuva,
cristal tecido de eternidade
ao encontro das mãos

 2.
 
Trouxe nos búzios o mar para ti

Deposito, meu amor, nos teus cabelos
a frescura marítima dos beijos e das carícias
e das gaivotas que atravessam
a manhã

em voos sensuais redondos indizíveis
de tamanha plenitude

Deixo contigo o sonoro cristal de água
que me bebe em ti
ritmo incontido universo de asas
barcos palavras perigos
Deixo contigo a paixão das searas
a fúria incansável de verão
o fogo solar incêndio de mãos
corpos em desalinho lábios frementes
inquietos na investida das ondas
ao encontro dos barcos
 
Meu amor, é teu o mar
e todo o cais que se tece em meu olhar

 
3.

É assim que te amo.
Como os pinheiros a resina
segregam, desenredando-se da Primavera.
Como o sol se eleva por sobre as colinas
dos dias que a luz sobressalta, em rapidez de cal.

Amo-te pelos dias que me sonham,
em Maio ou em Setembro,
no calor das papoilas à procura do carmim.

Às vezes, anoiteço, a alma seca,
sepulcral de te esperar.
É um cais. Um olhar. Um mundo
inteiro, à procura da tua voz,
do veludo do teu sorriso
desabrochando nas ondas
deste querer-te infindo

É assim que te amo.
Como as palavras me viajam, silenciosas
querendo grafar teu nome
com o fogo de oiro das estrelas
que se espelham no meu mar!

Poesia fafense está de luto: deixou-nos Augusto Fera!

A poesia fafense está de luto. Faleceu hoje o grande poeta Augusto Fera, aos 72 anos de idade. Tive o privilégio de, há exactamente um ano, organizar, prefaciar e anotar o seu primeiro e único livro, “Cruz de Chumbo e outros poemas”, editado em boa hora pela Junta de Freguesia de Fafe e pelo amigo José Mário Silva. Gravei também um CD com os seus poemas. Estou francamente desolado.
Nada fazia prever o triste desenlace. Era um homem ainda relativamente novo (velhos são os trapos). Admirei-o desde sempre, coleccionei a sua poesia, de enorme qualidade literária e estética. Apesar de invisual, via o melhor que a poesia tem, em sensibilidade, em criatividade, em imaginação.
Sendo autodidacta, era um nome maior da poesia fafense, sem qualquer dúvida.
Por ocasião do lançamento do seu livro, em Novembro de 2011
Augusto Fera era o pseudónimo literário de Augusto Ferreira, natural de Armil (29 de Dezembro de 1939). Devido a um acidente com uma ratoeira de fogo, armada num campo do padrinho e onde ia buscar uma bola, cegou com apenas 6 anos de idade. No entanto, desde os 18 anos, abraçou a arte de versejar, e que disseminou por revistas e jornais, cultivando sobretudo o género poético da quadra. Obteve inúmeras distinções ao longo da sua carreira poética, em concursos e jogos florais. Exerceu durante largos anos o lugar de telefonista na Companhia de Fiação e Tecidos, do qual se aposentou há mais de uma década.
Participou nas colectâneas Poetas de Fafe (1985) e Homenagem a Soledade Summavielle (1988).
Com o filho Filipe

Com a adorada esposa
Augusto Fera escreveu imensos poemas, mas um dos que ficou mais conhecido foi

INCONFORMISMO
 
Que hora herdou a coroa de oiro fino
Da dinastia de horas enlutadas?
A quem deu o retrós das madrugadas
As contas do colar diamantino?

Onde soltam as mãos do sol bambino
As borboletas de asas pintalgadas?
Que tálamo de musas ou de fadas
Debruará o arco-íris peregrino?

Que é da nau deste chilre que me chega?
Que é das rendas das filhas de Nereu?
Onde coram as faces matinais?

Se foi para brinca à cabra-cega
Que Tu, meu Deus, vendaste os olhos meus,
Desvenda-os, que eu não quero brincar mais.

(Fotos: Jesus Martinho)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

“Sucesso” do governo à custa da miséria do povo!


1. A bem-amada Merkel já tinha afiançado, quando há dias se deslocou a Portugal para a cerimónia de beija-mão do seu capataz Passos Coelho, que estava tudo a correr como o previsto (por si, obviamente). Que o malfadado “ajustamento” está no bom caminho. Que a austeridade está a dar os seus “frutos”, como convém ao capitalismo internacional, que vinga e engorda sobre os destroços dos povos subjugados.
Há exactamente uma semana, veio o governo, através do insuportável ministro das Finanças, vangloriar-se que a sexta avaliação da tróica foi concluída com «sucesso». Blasonou-se Gaspar, que cada vez que aparece na televisão deveria haver um dispositivo que lhe repusesse a competência, que “esta capacidade de realização distingue o programa de ajustamento português”. É preciso ter lata!...
Como sublinhou de imediato, com toda a pertinência, a jornalista Constança Cunha e Sá, não se consegue entender onde é possível o governo encontrar a palavra “sucesso”. “Isto porque nós olhamos à volta e só vemos um pântano de insucesso e de fracassos», referiu a comentadora.
Na verdade, concluímos que o que é extraordinário para o governo é péssimo para os portugueses. Onde Gaspar fala de “êxito”, os portugueses apenas conseguem lobrigar empobrecimento, descalabro social e miséria.
O povo está cada vez mais deprimido, desolado, despossuído, sem poder de compra. Infeliz, no corpo e na alma. Os níveis de desemprego atingem valores intoleráveis (onde está hoje o Paulo Portas de há dois anos, altura em que ainda se indignava?), da ordem de mais de um milhão de pessoas, como nunca se viu; todos os dias são às dezenas as empresas a entrar em falência; os ordenados são cada vez menores e os impostos cada vez mais gigantes; o nível de vida regrediu a patamares de há duas décadas, e vai continuar; a pobreza campeia, como há mais de quarenta anos não se via; as organizações de apoio social não têm mãos a medir, pois são cada vez mais os que procuram alimento, conforto e socorro. Os pais abandonam recém-nascidos, como se fossem animais sem estimação; os velhos são retirados dos lares, porque as famílias necessitam desse dinheiro para sobreviver; os jovens universitários regressam a casa, por falta de meios de sustentação. Os portugueses são chamados a pagar, criminosamente, um tributo demasiado elevado para as “faltas” que cometeram. Estas foram as de confiar e depositar o seu voto em quem o desbaratou para outros fins. Quem nas últimas décadas teve os comandos da governação é que deveria sentar o traseiro no banco dos réus, para penar os seus erros e desvarios, e não estar regaladamente nos altos lugares do Estado ou das empresas, públicas e privadas.
Por tudo isto é que Portugal é hoje um país escandalosamente mais próximo do terceiro mundo do que do mundo desenvolvido, como já foi!
Perante este vergonhoso quadro de miséria, ainda há um governo que se vem gabar do “sucesso” da sua actuação, que mais não tem feito do que desmantelar o património de que Portugal ainda dispunha, vendendo ao desbarato empresas estratégias e emblemáticas que eram a marca e a identidade de todo um povo, empobrecendo drasticamente os portugueses, não para recuperar a economia mas como estratégia política para domesticar os trabalhadores, embaratecer e precarizar o factor trabalho e enriquecer ainda mais o sistema financeiro.
Esta agenda política de direita não tem só a ver com o “ajustamento” financeiro e o combate ao défice estrutural. Vai muito além. E esta gente que nos governa quer é acabar com o país tal como o conhecemos e os direitos, liberdades e garantias que o povo e os trabalhadores conquistaram após o 25 de Abril de 1974. É, claramente, a desforra perante o Portugal de Abril. O dito ajustamento não passa de um pretexto!...
A democracia, tal como a vivenciámos nestes anos, está em perigo, não tenhamos dúvidas! A não ser que a queiramos reduzir a um mero acto formal de votar periodicamente (cada vez menos) e de podermos dizer mal (cada vez mais) do governo. A democracia não é só isso. Não pode ser só isso. E é criminoso que a queiram reduzir a isso!
2. O governo não foi mandatado pelos que o elegeram há um ano e meio para demolir o Estado, como está arquitectado e consagrado na Constituição da República Portuguesa. Em nenhum programa eleitoral do PSD ou do CDS se prometia a desagregação do Estado, a profunda alteração das suas funções, a mudança do seu modelo, a implementação de uma alegada “reforma” que não tem como objectivo servir melhor os portugueses e conferir eficácia e eficiência aos serviços públicos, mas apenas e tão só poupar 4 mil milhões de euros, entre 2013 e 2014, porque Gaspar e companhia, pela sua incompetência comprovada e reiterada, não conseguem acertar nas contas do Estado.
Aliás, ainda no final da semana se comprovou a “competência” do governo, em matéria de execução orçamental. Apesar de ter saqueado os subsídios de férias e de Natal a grande parte dos funcionários públicos e dos pensionistas, mais uma vez a folha de excell de Gaspar não consegue acertar na matemática que qualquer merceeiro sabe de cor e salteado: se não há actividade económica, se o consumo interno se retrai, se ninguém consegue exportar ao menos os membros do governo, o resultado é a previsível queda das receitas fiscais que não dependem do esbulho decretado pelo executivo…
Um governo com esta missão avassaladora deveria ser demitido, com a máxima urgência, porque não foi sufragado para destruir o país, como está e promete continuar a fazê-lo, a mando de instituições internacionais!
Exige-se que o presidente da República, por uma vez, fale e não seja apenas para nada dizer, como de costume. O momento é grave e insustentável. Por este caminho, o país está a ser inapelavelmente empurrado para o abismo!...
3. Dá vontade de rir a algazarra dos deputados da maioria e o aproveitamento político que estão a tentar fazer, a propósito da diminuição da sobretaxa do IRS de 4 para 3,5%. Mas que importância tem “diminuir” 20 ou 30 euros anuais para um inacreditável aumento de impostos da ordem dos 30%, ou seja, de centenas ou milhares de euros, exactamente o que o nosso conterrâneo Luís Marques Mendes considera um “assalto à mão armada”?
Tenham a bondade de considerar que os portugueses não são tão estúpidos como suas excelências imaginam.




 
 

Revista Dom Fafes em número duplo publica trabalhos de historiadores locais


 
Acaba de ser editado mais um número duplo da revista cultural Dom Fafes (17/18). A publicação é da Câmara Municipal de Fafe e tem por objectivo publicar trabalhos de investigação sobre aspectos da história do município.
O presente número duplo da revista Dom Fafes, correspondente aos anos de 2010 e 2011, é publicado sob o signo da República, que se comemorou festivamente por estes anos.
Desde logo, o destaque desta edição vai para o trabalho “O Ensino em Fafe durante a Primeira República”, com o qual o investigador Artur Magalhães Leite venceu a nona edição do Prémio de História Local – Câmara Municipal de Fafe, atribuído em 2011 e entregue em 25 de Abril do mesmo ano.
Pretendendo uma visão de conjunto do período republicano (1910-1926), mas indo um pouco atrás, ao século XIX, o texto aborda o aparecimento de escolas, de tipos diferentes de ensino, das dificuldades de instalações, da higiene, das dificuldades económicas, dos serviços de apoio ao ensino e educação, dos esforços para mentalizarem as populações como apelativo aos ideais republicanos através das lições nas salas de aulas.
Regista o valor e diferença entre o ensino oficial público, o particular e o doméstico. Aponta casos de vivências particulares como reflexo do que se passava. Deixa em aberto a possível comparação com os tempos actuais, entendendo as semelhanças e conhecendo as diferenças.
Ainda na mesma área se enquadra o nosso tema em torno do poeta Joaquim Vaz Monteiro, o celebrado autor da obra poética O Solteirão de Fafe (1905) e que, apesar das suas raízes rurais e campesinas, deixou um legado de apego e louvor, em prosa e em verso, à República em geral e à obra republicana em Fafe, em particular. E com belíssimos poemas dedicados à então Vila de Fafe…
utra vez da República se fala e da sua relação com a Imprensa, tema que a jornalista e investigadora Nair Alexandra trouxe à sessão solene comemorativa do 101º aniversário da Proclamação da República realizada na Câmara Municipal de Fafe, em 5 de Outubro de 2011. “A República e a Imprensa” foi o tema genérico da comunicação em que passou em revista, brilhantemente, a campanha eleitoral de 1910 e o fundamental papel da igreja numa sociedade quase exclusivamente católica e com uma taxa de analfabetismo da ordem dos 75%.
Refere a investigadora, “a queda do trono era uma morte anunciada, como testemunha toda a imprensa em 1910, e, principalmente, desde a campanha eleitoral para o sufrágio de 28 de Agosto – as últimas eleições parlamentares em monarquia. Confirmam-no os 28 títulos que consultei desde esse período até à revolução de 5 de Outubro e aos funerais de dois dos principais heróis do movimento: Cândido dos Reis e Miguel Bombarda. Aliás, esse constitui o período sobre o qual se debruça o meu livro A Implantação da República na Imprensa Portuguesa”.
No capítulo dos “estudos”, de realçar desde logo um novo ensaio do jovem historiador Daniel Bastos, sob o título “Doentes, Enfermidades e causas de morte no Hospital da Misericórdia de Fafe (1863-1911)”.
Com a maioria da população a viver no meio rural (estamos a falar na segunda metade do século XIX) em deficientes condições higiénicas, mal alojada e nutrida, servidora de uma prática agrícola arcaica e de subsistência, os índices de mortalidade eram elevados e assumiam contornos assoladores em períodos de intensos surtos epidémicos.
É neste contexto que em 1863 foi inaugurada a obra paradigmática da benemerência brasileira local, o “Hospital Civil de S. José”, administrado pela Santa Casa da Misericórdia de Fafe e essencialmente dirigida aos pobres da região, numa altura em que os ricos eram tratados em casa.
Last but not least, de relevar a exaustiva investigação empreendida pelo fafense D. Joaquim Gonçalves (Bispo Emérito de Vila Real), em colaboração com o Padre Doutor António Franquelim Neiva Soares e de que resultou o artigo “Párocos de Revelhe e Padres naturais da Paróquia”.
Trata-se de um longo, bem documentado e exaustivo trabalho que lista os Párocos que exercerem o seu múnus na paróquia e os Padres aí nascidos.
No elenco dos «Párocos de Revelhe», estão incluídos os da antiga paróquia de Cortegaça até ao séc. XVI, data em que foi integrada na de Revelhe. Estão aí incluídas quatro dezenas de nomes, desde Nuno Viegas (1220) até ao actual pároco Manuel da Fonte Carvalho (2007-).
O “exército de nomes” dos Padres naturais da paróquia só se refere aos que ali nasceram após a fusão das duas paróquias, excepto o caso (anterior) de João Anes (1449). De resto, são mais 24 padres, nascidos em Revelhe, desde Pedro do Canto (1637) a Albano de Sousa Nogueira (1960-).
Um trabalho de insofismável grande fôlego e enorme minúcia investigativa, que enriquece os estudos de carácter religioso, tão parcos no nosso meio.
Mais um número de grande interesse desta publicação, cremos bem, que honra Fafe, a História e a Cultura deste município!
Este número da revista Dom Fafes está à venda na Biblioteca Municipal de Fafe, ao preço unitário de 5 Euros.

domingo, 25 de novembro de 2012

SeBENTA no Teatro-Cinema de Fafe: reportagem fotográfica

Na noite deste sábado, o Teatro-Cinema de Fafe recebeu uma banda que se está a afirmar no panorama musical português. São os seBENTA, que cantam em português e que têm em “grita pelo nosso amor”, uma das suas mais badaladas canções.
Um espectáculo de grande nível, muito apreciado pelas poucas dezenas de pessoas que se deslocaram à mítica sala de espectáculos de Fafe, que foi altamente elogiada pelo grupo.
Durante o concerto foi gravado um videoclip para promoção do novo álbum dos seBENTA.
Ou seja, mais uma gravação feita no Teatro-Cinema de Fafe, depois dos UHF (duplo CD) e Gift (programa da SIC, ainda não emitido).
Fafe começa a ser um palco procurado pelos nossos melhores artistas, o que só nos pode deixar orgulhosos, obviamente!





 
Fotos: Manuel Meira Correia

Encontros de Outono em Famalicão versaram “A agricultura Portuguesa - Séc. XIX-XXI)"


Com o Professor Fernando Rosas

“A agricultura Portuguesa – Da Regeneração Oitocentista ao século XXI” foi o tema de mais uma edição do evento “Encontros de Outono” que o município de Vila Nova de Famalicão promove há mais de duas décadas, através do Museu Bernardino Machado.
Mais uma vez a Casa das Artes serviu de palco à feliz iniciativa, que tem como grande dinamizador o querido professor Norberto Cunha, jubilado da Universidade do Minho.
Entre sexta-feira e a manhã de sábado, passaram pelo evento historiadores e investigadores de diversas instituições sobretudo universitárias, como os professores Aurélio de Oliveira (Universidade do Porto), Hélder Fonseca (Universidade de Évora), Norberto Ferreira da Cunha (Universidade do Minho), Fátima Nunes (Universidade Nova de Lisboa), Teresa Nunes (Universidade de Lisboa), António José Queiroz (Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade do Porto), Fernando Rosas (Universidade Nova de Lisboa), Luciano Amaral (idem), Fernando Silva Oliveira Baptista (Universidade Técnica de Lisboa), Arlindo Cunha (Universidade Católica Portuguesa), José António Girão (Universidade Nova de Lisboa), José Martino (Consultor Agrícola, Agro-Industrial e de Desenvolvimento Rural) e Cláudio Torres (director do Campo Arqueológico de Évora).
Um conjunto de sumidades da historiografia e da actualidade que reflectiram sobre as múltiplas questões colocadas pela agricultura desde os séculos XVIII e XIX ao século XXI.
Os “Encontros de Outono” são já há muito um acontecimento cultural e científico de referência nacional, como sublinha, muito justamente, o presidente do município famalicense, Armindo Costa. Todos os anos em finais de Novembro, a reflexão histórica passa invariavelmente por VN Famalicão.
Estive lá (mais uma vez, como faço há vários anos). Encontrei velhos amigos, como os Professores Norberto Cunha e António José Queiroz, os Drs. Artur Sá da Costa e Amadeu Gonçalves. Este ano, tive também a oportunidade de abraçar um dos nomes maiores da historiografia portuguesa contemporânea, sobretudo do Estado Novo, o Professor Fernando Rosas, a quem obsequiei com um exemplar do meu livro Desafectos ao Estado Novo – Episódios da Resistência ao Fascismo em Fafe, em 3ª edição, que muito lhe deve. Já conhecia uma anterior edição e deu-me os parabéns por ela.
É claro que fiquei contente pela apreciação!
Com o Dr. Artur Sá da Costa (centro) e o Professor António José Queiroz

Com os Professores Norbeto Cunha (centro) e Fernando Rosas

Novamente com o meu amigo Sá da Costa

 
Fotos: Amadeu Gonçalves

sábado, 24 de novembro de 2012

Foi hoje a sepultar ex-árbitro António Neves Fernandes


Perante centenas de pessoas e a consternação geral, foi hoje a sepultar, no cemitério municipal de Fafe, o amigo António Neves Fernandes, que, aos 58 anos de idade, sucumbiu a doença incurável que o minava desde há cerca de um ano.
Neves Fernandes foi uma glória da arbitragem fafense, pertenceu aos Bombeiros Voluntários de Fafe, onde era subchefe e integrou os ranchos folclóricos de Fafe e de Silvares S. Martinho.
Era um activista da cultura e do desporto.
António nasceu em 2 de Janeiro de 1954, em Fafe, e notabilizou-se como árbitro de futebol, tendo sido o primeiro “juiz” fafense a ascender à 1ª divisão nacional (hoje temos lá o Jorge Ferreira). Vendedor de profissão, iniciou a actividade na arbitragem em 30 de Junho de 1979. Na época 1979/80, foi estagiário, seguindo-se quatro épocas na segunda categoria distrital. Na época 1984/85, ascendeu à primeira divisão regional, onde se manteve ao longo de três temporadas. Nesse período, apitou 243 jogos e foi fiscal de linha 113 vezes. Na época 1987/88, subiu à terceira categoria nacional, apitando 27 jogos. Na época imediata, ascendeu à segunda categoria, onde continuou a apitar diversos encontros. Como fiscal de linha do árbitro Fortunato de Azevedo (que hoje não faltou ao funeral), participou em 36 jogos de diversos campeonatos e escalões. O árbitro fafense foi ainda juiz principal e fiscal de linha em jogos internacionais oficiais, entre os quais da antiga Taça dos Campeões Europeus e o encontro particular Portugal-Canadá, nos Açores.
O ponto alto da carreira de Neves Fernandes na arbitragem ocorreu na época 1990/91, quando ascendeu à primeira categoria nacional, onde se manteve quatro anos e durante os quais apitou 21 jogos do escalão principal, além de várias dezenas dos escalões secundários. Em 1994/95, desceu à segunda categoria nacional e em 1997/98 à terceira. No final dessa temporada, “arrumou as botas” e abandonou a arbitragem, por limite de idade.
Neves Fernandes foi um dos árbitros fundadores do Núcleo de Árbitros de Futebol de Fafe, em 1984, do qual era socio nº 1 e foi membro do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Braga.
Por outro lado, é de referenciar a sua faceta de bombeiro voluntário, de cujo corpo activo foi um dos dirigentes e que integrou, desde a sua formação, o grupo de cavaquinhos daquela humanitária associação.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Exposição de pintura do galego Mario Iglesias abre sábado na Casa da Cultura de Fafe



O artista galego Mario Iglesias expõe um conjunto de duas dezenas de belíssimas obras suas na Casa Municipal de Cultura de Fafe, a partir deste sábado, 24 de Novembro.
A inauguração da exposição ocorre pelas 17h30, com a presença do pintor, que é também cineasta.
A exposição – que se mantém patente até 21 de Dezembro, no horário habitual - enquadra-se nas VII Jornadas de Cinema e Audiovisual de Fafe e II Fafe Film Fest, organizadas pelo Cineclube e pela Câmara Municipal de Fafe.
Mario Iglesias González, natural de Pontevedra (1962) é licenciado em Belas Artes pela Universidade de Vigo. Começou o seu percurso no audiovisual e, nos finais dos anos 90 iniciou-se no mundo das curtas-metragens, sendo premiado desde logo em diferentes festivais (“II Certame Internacional de Cinema Comprimido Notodofilmfest”; “Festivalito” de La Palma; “7º Concurso de Curtas-metragens Versão Espanhola/ SGAE”; “Festival de Málaga”, entre outros). Realizou até agora 14 curtas-metragens, desde 1996. É a partir do ano 2005 que começa a realizar longas-metragens. Escreveu o guião, realizou a direcção e a montagem de sete longas-metragens, entre as quais o filme “Relatos”, selecionado na Secção Oficial do Festival de Tóquio, sessão” Made in Spain” qualificado pela International Film Guide entre as cinco melhores películas espanholas de 2009 e que esta sexta-feira à noite é apresentado na Sala Manoel de Oliveira, em Fafe, com a presença do realizador.
Mario Iglesias já conquistou dezenas de galardões pelos seus filmes. Em 2011, o mesmo filme “Relatos” obteve o Prémio melhor filme no festival “Primavera de Cine”, Vigo. No ano anterior, a película obtivera o segundo prémio para melhor longa-metragem no Digital Internacional Film Festival, de Viña del Mar, Chile.





 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fafe geminou-se com a cidade de Sens (França)



No domingo, 18 de Novembro, coroando uma série de encontros preparatórios entre as partes, realizou-se, no salão nobre da Mairie de Sens, em França, a cerimónia de geminação entre as localidades de Sens e de Fafe.
A assinatura do protocolo foi protagonizada pelos Presidentes do Município de Fafe, José Ribeiro, e de Sens, Daniel Paris, acompanhados por Pedro Lourtie, Cônsul Geral de Portugal em Paris.
A comitiva da cidade de Fafe incluiu ainda os vereadores Vitor Moreira, Leonel Castro e Fernanda Castro, bem como a secretária da Assembleia Municipal, Sílvia Soares.
Da parte de Sens, estiveram também presentes Marie-Paule Chappuit, primeira-Adjunta do maire de Sens, responsável pelas relações internacionais, assim como vários conselheiros municipais, entre eles Manuela Godinho, originária de Fafe e que esteve na origem desta geminação.
Na sua intervenção, e segundo o lusojornal.com, José Ribeiro salientou “o acto cordial desta geminação entre as cidades de Sens e de Fafe que traduzem a colaboração e o entendimento entre Portugal e França, entre os dois povos, na Europa em geral, na sua importância porque contribuem para perpetuar a paz entre os povos”. Salientou o empenho formidável de Manuela Godinho no restabelecimento do diálogo entre os dois municípios, numa iniciativa já proposta em 2000, e também o apoio dado pelo Consulado Geral de Portugal em Paris. “Esta geminação vai de encontro às aspirações dos fafenses que constituem uma parte importante da população portuguesa em Sens”. Terminou, agradecendo a presença do Cônsul Geral, Pedro Lourtie, que apadrinhou o acto, a disponibilidade do Maire, que se deslocou a Fafe em Julho deste ano e sem cuja decisão final tal cerimónia não teria lugar.
Por sua vez, o maire Daniel Paris, dirigindo-se aos portugueses, em particular, salientou os valores da nossa língua, do nosso passado, desde o século XVI, da nossa história. E lembrou que, desde os anos 60, muitos portugueses foram para Sens, muitos deles oriundos de Fafe e que pode estimar-se que entre 10% e 15% da população de Sens é de origem fafense. “Aliás, até mesmo quando visitei Fafe encontrei Portugueses de Sens. Mas vi sobretudo uma cidade extraordinária, uma qualidade de vida, um dinamismo”.
O Maire de Sens agradeceu com palavras de muito apreço uma fonte em aço inoxidável, obra escultural de mobiliário urbano com um design arrojado que lhe foi oferecida pelo empresário fafense Jorge Freitas, a qual vai ficar em funcionamento no interior da mairie de Sens (cf. lusojornal.com).
No rescaldo da visita, o presidente da Câmara de Fafe, José Ribeiro, considera que “foi uma grande jornada de afirmação e promoção de Fafe, uma bonita e grande festa proporcionada pela presença de ranchos folclóricos portugueses de duas associações portuguesas e ainda pela presença maciça de fafenses e portugueses residentes em Sens e na região”.
Refere ainda que participou no encontro das cidades geminadas com Sens (Lorräch, Alemanha; Senigallia, Itália; Chester, Inglaterra e Vyshgorod, Ucrânia), o qual será realizado em Fafe em 2013, ano em que a cidade de Fafe acolherá igualmente os jogos desportivos da juventude das cidades geminadas.
“Creio que estivemos à altura das nossas responsabilidades, que granjeámos a simpatia de todos os outros e o carinho e admiração do Maire e da mairie de Sens, tão importante para o sucesso da cooperação que ora iniciámos e que queremos desenvolver” – sublinha o autarca fafense.
Em consequência, a Câmara de Fafe vai aprovar esta quinta-feira um voto de agradecimento ao maire de Sens e á sua equipa, bem como ao Cônsul de Portugal em Paris, que a acompanhou, e à conterrânea Manuela Godinho, “que foi incansável para o êxito desta geminação”.





 

seBENTA: O melhor do rock!... no Teatro-Cinema de Fafe este sábado à noite


A conhecida banda seBENTA atua no Teatro-Cinema de Fafe, este sábado, 24 de Novembro, a partir das 21h30, no âmbito da programação desta mítica sala de espectáculos.
Os bilhetes, ao preço de apenas 3 euros, encontram-se à venda no Posto de Turismo ou no próprio teatro, à hora do concerto.
O espetáculo da banda, constituída pelos músicos Paulecas (voz e baixo), Fadista (bateria) e Quico (guitarra e vozes), insere-se também no âmbito da animação das VII Jornadas de Cinema e Audiovisual de Fafe, que decorre até domingo, nesta cidade.
Os seBENTA foram-nos habituando a seguir as suas canções em entoados refrões que se propagam cada vez que pisam um palco ou lançam um álbum. Mais uma vez a marca inconfundível da banda está patente neste novo trabalho “coração parte um”, gravado entre Janeiro e Setembro deste ano e masterizado nos estúdios Masterdisk, em Nova Iorque – mais um excelente álbum de rock!
Para além de um grito, o novo álbum traz-nos a força de um “Quem Disse”, a esperança de uma “Flecha Certeira”, o escape de uma “Fuga Eterna”, bem como “Agora, o silêncio necessário”, música com letra de José Luís Peixoto, que acompanha a banda desde o seu início e faz questão de salientar a originalidade dos seBENTA ao finalizarem todos os álbuns com um poema seu, declamado pela atriz Margarida Cardeal. Desta vez a banda não só finaliza o disco com o referido poema, como aproveitou a oportunidade de fazer uma canção do mesmo, podendo vir a tornar-se um dos grandes singles incluídos em “coração parte um”.

Registando já diversos êxitos de rádio e de público, a banda tem vindo a incluir alguns dos seus temas nas mais emblemáticas séries televisivas de grande audiência.
Os seBENTA com tantas provas dadas continuam a fazer dos seus concertos momentos únicos e imperdíveis! Desde o início do ano, a banda que “Grita Pelo Nosso Amor” tem sido contagiada com a energia recebida pelo público em mais de 30 espectáculos!
Estão a atravessar um grande momento, e este é um grande álbum, certamente benéfico ao coração de quem o ouvir…
Amor com amor se paga... Os seBENTA retribuem com o melhor rock português!
 
José Luís Peixoto
“...tive a oportunidade de trabalhar nos discos dos seBENTA, foi um conceito original, que me deu muito prazer, e é um prazer ter um pózinho de seBENTA...Também!”