Quando a Primavera me encontra
Dispo-me encantado
Para a magia das flores das cerejeiras
E o perfume sagrado das madressilvas
É Maio, podia ser um verso
Apenas no bico das cotovias
Que enlouquecem a tarde
À procura do sol
Podia ser cristal ou o verde
Apenas das laranjeiras
Um calmo regato de água
Sem pressa de chegar ao açude
Ou quem sabe o cântico das lavadeiras
A bater nas pedras a brancura
Dos sonhos perdidos nos lençóis de linho
É Primavera quando te beijo
Como se fora a última vez
Quando me retribuis com um sorriso
Do tamanho das manhãs
De musgo e orvalho
A Primavera percorre-nos
De cheiros e sabores que vêm
Dos nossos avós
Cada ano renovados como crianças
Quando vem o cuco noivar os castanheiros
E os grilos invadem a noite
Com o seu quente trilar
É Primavera quando me encontro
Em teus lábios de incêndio
E neles adormeço os dias uterinos de Maio
Inédito.
04/05/2011
6 comentários:
Belíssimo poema!
Um grito sereno num despertar de Primavera!
Beijinho terno por tão belas palavras encontradas no tempo de sol...
Obrigado, cara poetisa, que tão bem descreve também a primavera, os afectos, as coisas simples da vida.
Um beijo amigo por se ter lembrado dos meus poemas!
Parabéns, Coimbra. Excelente poema, com uma densidade literária primorosa, onde a forma, a temática, a linguagem e os sentimentos expressos nos conduzem para o reino encantado dos homens: a Primavera, o berço da criação.
Caro Carlos Afonso: que bom é ler a voz experimentada de quem sabe duplamente: analisar o poema e fazer versos maravilhosos como os que saem do seu talento!...
Muito obrigado pelas suas palavras, ditadas por uma amizade que sei enorme e sincera.
Hoje só poderei dizer: PARABÉNS!Parabéns pela genica com que vive a vida e dá ensinamentos de serenidade!Parabéns pelo sorriso calmo e doce. Que hoje, seja mais um dia se somatório de felicidade junto daqueles que mais ama!E que os dias vindouros, sejam para si cumulativos de bons momentos! Hoje só poderei dizer: Parabéns!
Cara Luísa: deixa-me sem palavras, por se ter lembrado de que faço hoje anos.
Deixa-me sem palavras pelas belas palavras que me dedica e que denotam a maior ternura e amizade, que não sei se saberei retribuir devidamente.
Só uma palavra me ocorre, hoje, perante este testemunho de afecto: obrigado!
É o máximo ter amigos assim. São palavras e desejos destes que dão sentido à vida e tornam mais florida a primavera!
Bem-haja, amiga Luísa!
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