terça-feira, 31 de maio de 2011

Exposição de pintura “grotesca” na Casa de Berão (Ribeiros), apenas por uma tarde

O conceituado médico fafense, Manuel Joaquim Antunes Moreira, de 87 anos, voltou a reunir os seus muitos amigos, na tarde do passado sábado, 28 de Maio, na sua Casa de Berão, em Ribeiros, para mostrar as suas últimas criações pictóricas designadas “grotescas”, alguma pintura naife e artesanatos internacionais.
Estive lá, com todo o gosto, a convite do Dr. Antunes Moreira. Como estiveram o presidente do município, José Ribeiro, a presidente da Junta de Ribeiros e inúmeros amigos do pintor.
É a terceira exposição de pintura na Casa de Berão. Em todas estive presente. A primeira ocorreu em Maio de 2005, sob o título “Pinceladas à la longue…”. A segunda ocorreria dois anos depois, em 14 de Julho de 2007, uma exposição de retratos sob a epígrafe “Notáveis ou talvez não”…

O pintor assumidamente bissexto, um “artista de domingo”, assume que o motivo que o tem levado a apresentar formas de arte tão variadas, em quantidades reduzidas, “é principalmente para reunir os amigos”, entre os quais faz o favor de me contar. Os seus retratos grotescos, ridículos, investem a sua criatividade, baseada em desenhos traçados há alguns anos. Foram os italianos que criaram, no século XVI, o termo “pintura grotesca”, referindo-se a seres deformados, monstruosos, figuras macabras e fantasmagóricas, representações ridículas da condição humana, de que as gárgulas dos templos eram exemplos.
O autor juntou ainda para os seus amigos exemplares de pintura naife do Brasil e repúblicas sul-americanas e artesanato de diferentes países por onde passeou. Também tem na sua Casa de Berão interessante colecção de artesanato português e um conjunto invejável de presépios de diversas proveniências, nacionais e internacionais.

O Dr. Manuel Joaquim Antunes Moreira, filho de um ilustre advogado com o mesmo exacto nome, o “Dr. Neca das Leis”, como era conhecido em todo o Fafe, nasceu em 22 de Maio de 1924 e licenciou-se em medicina em 1948.
Em 1959, em Moçambique, com 35 anos de idade, começou a entreter-se com pincéis, óleos e telas, estimulado pela esposa, também médica, Eva Maria, que não se preocupou tanto em deixar o seu talento na tela.
Desde aquela altura, o médico fafense, quando o lazer o permitia, lá ia acabando algumas telas, gratificado por copiar, como podia e sabia, pintores célebres que lhe agradavam. Guiava-o um “primário auto-didactismo”…
Quando se aposentou, há alguns anos, entrou no Instituto D. António Ferreira Gomes, onde frequentou aulas dos conceituados mestres Carlos Carreiro e Albuquerque Mendes, aperfeiçoando a sua técnica no acrílico. Também frequentou aulas de escultura com Hélder Carvalho e tem na sua bela casa de Ribeiros alguns exemplares de esculturas dessa época.
É mais um valor artístico de Fafe, que importa enaltecer e divulgar.
Uma exposição de um dia, decorada com muitos amigos em redor. E uma simpatia inenarrável do Dr. Antunes Moreira e da sua adorada esposa, Dra. Eva Maria.
Para o “artista de domingo”, um talentoso retratista, embora se subestime, vão as minhas maiores felicitações!   

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