O défice orçamental atingiu os 5,6 por cento no final
do terceiro trimestre do ano, para quase sete mil milhões de euros, revelou
esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já em comparação com o mesmo período do ano passado, o défice ascendeu a 6,7% do PIB.
A meta do Governo, exigida pela troika, é fechar o ano com um défice de cinco por cento - agora facilitado com a venda da ANA aos franceses Vinci.
Já em comparação com o mesmo período do ano passado, o défice ascendeu a 6,7% do PIB.
A meta do Governo, exigida pela troika, é fechar o ano com um défice de cinco por cento - agora facilitado com a venda da ANA aos franceses Vinci.
Mais uma vez se confirma o fracasso
das políticas de austeridade colossal que este Governo está a empreender,
despudoradamente, e que, afinal, não resolvem coisa nenhuma. A submissão à
troika é mesmo um suicídio colectivo. As empresas estão a falir criminosamente,
o número de desempregados já ultrapassa um milhão, o número de pobres cada dia
é mais elevado, a emigração de jovens qualificados (ou não) não pára de
aumentar. Os portugueses estão cada vez mais pobres, mais desesperados, mais
desiludidos, mais tristes. Como se não houvesse amanhã, e não há. Não há a
mínima esperança. O governo não é capaz de acender, com alguma dose de
credibilidade, uma “luz ao fundo do túnel”. Navega à bolina, ao sabor dos
ventos e das tempestades. Não demonstra um mínimo de sentido de Estado, que é
aquela sabedoria que permite prever os acontecimentos, antecipar as crises,
apontar datas para a recuperação (sem ser a demagogia do Pontal, obviamente).
Suscitar alguma confiança dos portugueses.
Afinal, o roubo dos subsídios dos
trabalhadores, a diminuição de milhares de funcionários do aparelho de Estado
(não os boys e as girls que enxameiam escandalosamente os gabinetes dos
ministros e secretários de Estado), o corte no investimento público, a venda do
país ao retalho e a preços de saldo não chegam para desenvergonhar quem nos
governa. Caso para questionar: quando esta gente for embora, o que não demorará
muito, que país é que vai restar? Qual o património a que ainda chamaremos
“nacional”? Empresas estratégicas, zero. Sectores lucrativos, zero. Que miséria
de país será o que a direita nos vai legar?
O falhanço absoluto das políticas
governamentais é patente. Só não vê quem não quer. Ou quem se deixa ludibriar
pelos discursos delidoces e cor-de-rosa dos políticos sem vergonha e sem
sensibilidade social, que deviam pedir desculpa aos portugueses! Não lhes
ficaria mal!
A economia está destruída, o consumo público
raia o grau zero. E o défice, mais uma vez, não vai ser cumprido. Ou sê-lo-á em
razão de engenharias financeiras de que o governo é especialista.
Os cortes bárbaros e indiscriminados em tudo
o que mexe, as poupanças cegas, a alienação desorientada de tudo o que possa
render uns cêntimos, não chegam para atalhar o défice e consolidar as contas
públicas.
Esta gente ainda não entendeu que a overdose
de austeridade não está a resultar? E 2013: Passos Coelho não tem pejo, nas
suas intervenções, em passar por cima do massacre fiscal com que vai torturar
os contribuintes. Quem vai parar esta gente sem coração, sem escrúpulos, sem
sentido da realidade?
Só os portugueses, colectivamente, sem
dúvida!...
Cavaco Silva vai dizer o quê daqui a três
dias? Passar uma esponja sobre um governo que não acerta uma previsão e que
falha escandalosamente todas as metas?
Ou mandar umas “bocas” como fazia há poucos
anos, em alguns casos com inteira razão? Como aquela em que defendia que “havia
um limite para os sacrifícios dos portugueses”. Agora que esse limite foi
ultrapassado, e os portugueses estão a caminho da miséria, que vai dizer aos
portugueses quem jurou um mandato para os defender, jurando uma Constituição
que o Orçamento de Estado viola, com a complacência do dito Supremo Magistrado
da Nação?
Se os portugueses não conseguem confiar na
última tábua de salvação de um regime democrático (o Presidente da República),
vão confiar em quem?
Sem comentários:
Enviar um comentário