domingo, 30 de dezembro de 2012

O fracasso colossal da austeridade!...

 
O défice orçamental atingiu os 5,6 por cento no final do terceiro trimestre do ano, para quase sete mil milhões de euros, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já em comparação com o mesmo período do ano passado, o défice ascendeu a 6,7% do PIB.
A meta do Governo, exigida pela troika, é fechar o ano com um défice de cinco por cento - agora facilitado com a
venda da ANA aos franceses Vinci.
Mais uma vez se confirma o fracasso das políticas de austeridade colossal que este Governo está a empreender, despudoradamente, e que, afinal, não resolvem coisa nenhuma. A submissão à troika é mesmo um suicídio colectivo. As empresas estão a falir criminosamente, o número de desempregados já ultrapassa um milhão, o número de pobres cada dia é mais elevado, a emigração de jovens qualificados (ou não) não pára de aumentar. Os portugueses estão cada vez mais pobres, mais desesperados, mais desiludidos, mais tristes. Como se não houvesse amanhã, e não há. Não há a mínima esperança. O governo não é capaz de acender, com alguma dose de credibilidade, uma “luz ao fundo do túnel”. Navega à bolina, ao sabor dos ventos e das tempestades. Não demonstra um mínimo de sentido de Estado, que é aquela sabedoria que permite prever os acontecimentos, antecipar as crises, apontar datas para a recuperação (sem ser a demagogia do Pontal, obviamente). Suscitar alguma confiança dos portugueses.
Afinal, o roubo dos subsídios dos trabalhadores, a diminuição de milhares de funcionários do aparelho de Estado (não os boys e as girls que enxameiam escandalosamente os gabinetes dos ministros e secretários de Estado), o corte no investimento público, a venda do país ao retalho e a preços de saldo não chegam para desenvergonhar quem nos governa. Caso para questionar: quando esta gente for embora, o que não demorará muito, que país é que vai restar? Qual o património a que ainda chamaremos “nacional”? Empresas estratégicas, zero. Sectores lucrativos, zero. Que miséria de país será o que a direita nos vai legar?
O falhanço absoluto das políticas governamentais é patente. Só não vê quem não quer. Ou quem se deixa ludibriar pelos discursos delidoces e cor-de-rosa dos políticos sem vergonha e sem sensibilidade social, que deviam pedir desculpa aos portugueses! Não lhes ficaria mal!
A economia está destruída, o consumo público raia o grau zero. E o défice, mais uma vez, não vai ser cumprido. Ou sê-lo-á em razão de engenharias financeiras de que o governo é especialista.
Os cortes bárbaros e indiscriminados em tudo o que mexe, as poupanças cegas, a alienação desorientada de tudo o que possa render uns cêntimos, não chegam para atalhar o défice e consolidar as contas públicas.
Esta gente ainda não entendeu que a overdose de austeridade não está a resultar? E 2013: Passos Coelho não tem pejo, nas suas intervenções, em passar por cima do massacre fiscal com que vai torturar os contribuintes. Quem vai parar esta gente sem coração, sem escrúpulos, sem sentido da realidade?
Só os portugueses, colectivamente, sem dúvida!...
Cavaco Silva vai dizer o quê daqui a três dias? Passar uma esponja sobre um governo que não acerta uma previsão e que falha escandalosamente todas as metas?
Ou mandar umas “bocas” como fazia há poucos anos, em alguns casos com inteira razão? Como aquela em que defendia que “havia um limite para os sacrifícios dos portugueses”. Agora que esse limite foi ultrapassado, e os portugueses estão a caminho da miséria, que vai dizer aos portugueses quem jurou um mandato para os defender, jurando uma Constituição que o Orçamento de Estado viola, com a complacência do dito Supremo Magistrado da Nação?
Se os portugueses não conseguem confiar na última tábua de salvação de um regime democrático (o Presidente da República), vão confiar em quem?

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