Este país é mesmo surreal.
O caricato secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da
Costa, defendeu hoje que os portugueses têm a obrigação de contribuir para a
sustentabilidade do SNS, prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.
Ou seja, para que o Serviço Nacional de Saúde funcione
quando eu estiver doente, não me desloco ao centro de saúde ou ao hospital. Posso
gerir a doença em casa, qualquer que ela seja (eu sou médico e enfermeiro…), ou
morrer por minha conta, para não onerar o erário público. Há que recorrer menos
aos serviços…
Porque quando eu estou com saúde e apto a beber uns copos,
obviamente não estou na disposição de pagar as taxas moderadoras para ir fazer
uma visita ao meu médico de família.
Se vou aos serviços de saúde, é porque necessito deles! Ninguém
quer estar doente, ninguém planeia estar doente.
Qualquer imbecil entende isso! Nem é preciso ser secretário
de Estado.
Já quanto à prevenção, o caso é o mesmo. Tendo em vista que
os cidadãos adoecem por via da alimentação, do ambiente, da poluição, da sua
própria natureza, a prevenção pode fazer-se em matar os portugueses à fome,
para não ingerirem ”venenos” (acabe-se com todas as superfícies comerciais),
eliminem-se, de uma vez por todas, o tabaco, o trânsito automóvel, a produção
fabril, a poluição dos rios, etc.
Reduza-se este país à nulidade, a zero, ao niilismo absoluto,
como quer o governo. Aí já não haverá factores propiciadores de doenças, mas
também não haverá portugueses!
Como sustentou hoje Luísa Ramos, do Movimento dos Utentes
dos Serviços Públicos, que somos todos nós: «Esta gente tem de ser corrida o
mais rapidamente possível».
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