domingo, 17 de fevereiro de 2013

Um livro de vez em quando: O Principezinho!

 
Se há livro que já reli várias vezes e não me canso de citar é O PRINCIPEZINHO, essa obra-prima da literatura universal, escrita pelo romancista francês Antoine de Saint-Exupéry e que foi publicada em 1943 nos Estados Unidos. Faz este ano 70 anos.
Antoine de Saint-Exupéry, nascido em 1900 e que publicaria romances de renome como Correio do Sul, Terra dos Homens ou Piloto de Guerra, faleceria prematuramente em 31 de Julho de 1944, em plena II Guerra Mundial, num acidente de aviação.
Numa primeira leitura, O PRINCIPEZINHO aparenta ser um livro para crianças, mas o seu elevado teor poético e filosófico destina-o a ser lido por todas as idades.
E o que lhes posso garantir é que a cada nova leitura, novos e surpreendentes aspectos se encontram num livrinho.
Considerado um dos grandes clássicos da literatura infanto-juvenil, este livro de alcance intemporal, revela um segredo muito simples e ao mesmo tempo muito sábio: é que as coisas realmente importantes são muitas vezes invisíveis para os olhos.
Sete décadas após a sua publicação, a sua fábula sobre o amor e a solidão não perdeu nenhuma da sua força, muito pelo contrário: este livro que se transformou numa das obras mais amadas e admiradas do nosso tempo, é na verdade de alcance intemporal, podendo ser inspirador para leitores de todas as idades e de todas as culturas.
O narrador da obra é um piloto com um avião avariado no deserto do Sahara, que, tenta desesperadamente, reparar os danos causados no seu aparelho. Um belo dia os seus esforços são interrompidos devido à aparição de um pequeno príncipe, que lhe pede que desenhe uma ovelha. Perante um domínio tão misterioso, o piloto não se atreveu a desobedecer e, por muito absurdo que pareça - a mais de mil milhas das próximas regiões habitadas e correndo perigo de vida - pegou num pedaço de papel e numa caneta e fez o que o principezinho tinha pedido. E assim tem início um diálogo que expande a imaginação do narrador para todo o género de infantis e surpreendentes direcções. O PRINCIPEZINHO conta a sua viagem de planeta em planeta, de fantasia em fantasia, debruada pelos olhos de uma criança.
 
É a perspectiva límpida, inicial e imaculada das coisas, na visão de uma criança, que não percebe porque é que os adultos têm de ser tão sérios, tão carrancudos, tão virados para as contas, para os negócios e para o que afinal não interessa, esquecendo as coisas simples da vida, o emergir de uma flor, o canto dos pássaros, o desenho de uma ovelha ou de uma cobra, o acendedor de candeeiros, o eco de uma montanha.
Um livro alegadamente para a infância mas pleno de sabedoria e de ensinamentos, que são para todas as idades e continuamente repetidos e partilhados.
Por exemplo:
- “É bem mais difícil julgarmo-nos a nós próprios do que aos outros. Se te conseguires julgar a ti próprio, és um sábio dos autênticos".
Ou:
- “Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos”.
Ou:
- “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”. O que é importante não se vê.
Ou:
- “Nunca se está bem onde se está”.
O PRINCIPEZINHO é uma obra sobre a amizade, a criação de laços entre as pessoas, a simplicidade, o respeito pela natureza, o regresso ao universo original da simplicidade.
O PRINCIPEZINHO é o livro em língua francesa mais vendido no mundo, com cerca de 80 milhões de exemplares, e entre 400 a 500 edições. É o terceiro mais traduzido de sempre.
No Japão, há um museu dedicado ao personagem principal do livro.
A sua história foi adaptada ao cinema, ao teatro ou à banda desenhada.
Um livro de ontem, de hoje e de sempre!

Sem comentários: