Se há livro que já reli várias vezes e não me canso de
citar é O PRINCIPEZINHO, essa obra-prima da literatura universal, escrita pelo
romancista francês Antoine de Saint-Exupéry e que foi
publicada em 1943
nos Estados
Unidos. Faz este ano 70 anos.
Antoine de Saint-Exupéry, nascido em 1900
e que publicaria romances de renome como Correio
do Sul, Terra dos Homens ou Piloto de Guerra, faleceria
prematuramente em 31 de Julho de 1944, em plena II Guerra Mundial, num acidente
de aviação.
Numa primeira leitura, O
PRINCIPEZINHO aparenta ser um livro para crianças, mas o seu
elevado teor poético e filosófico destina-o a ser lido por todas as idades.
E o que lhes posso garantir é que a cada nova
leitura, novos e surpreendentes aspectos se encontram num livrinho.
Considerado um dos grandes clássicos da literatura
infanto-juvenil, este livro de alcance intemporal, revela um segredo muito
simples e ao mesmo tempo muito sábio: é que as coisas realmente importantes são
muitas vezes invisíveis para os olhos.
Sete décadas após a sua publicação, a sua fábula sobre
o amor e a solidão não perdeu nenhuma da sua força, muito pelo contrário: este
livro que se transformou numa das obras mais amadas e admiradas do nosso tempo,
é na verdade de alcance intemporal, podendo ser inspirador para leitores de
todas as idades e de todas as culturas.
O narrador da obra é um piloto com um avião avariado
no deserto do Sahara, que, tenta desesperadamente, reparar os danos causados no
seu aparelho. Um belo dia os seus esforços são interrompidos devido à aparição
de um pequeno príncipe, que lhe pede que desenhe uma ovelha. Perante um domínio
tão misterioso, o piloto não se atreveu a desobedecer e, por muito absurdo que
pareça - a mais de mil milhas das próximas regiões habitadas e correndo perigo
de vida - pegou num pedaço de papel e numa caneta e fez o que o principezinho
tinha pedido. E assim tem início um diálogo que expande a imaginação do
narrador para todo o género de infantis e surpreendentes direcções. O
PRINCIPEZINHO conta a sua viagem de planeta em planeta, de fantasia em
fantasia, debruada pelos olhos de uma criança.
É a perspectiva límpida, inicial e imaculada das
coisas, na visão de uma criança, que não percebe porque é que os adultos têm de
ser tão sérios, tão carrancudos, tão virados para as contas, para os negócios e
para o que afinal não interessa, esquecendo as coisas simples da vida, o
emergir de uma flor, o canto dos pássaros, o desenho de uma ovelha ou de uma
cobra, o acendedor de candeeiros, o eco de uma montanha.
Um livro alegadamente para a infância mas pleno de
sabedoria e de ensinamentos, que são para todas as idades e continuamente
repetidos e partilhados.
Por exemplo:
- “É bem mais difícil julgarmo-nos a nós próprios do
que aos outros. Se te conseguires julgar a ti próprio, és um sábio dos autênticos".
Ou:
- “Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer
nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de
amigos, os homens já não têm amigos”.
Ou:
- “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível
para os olhos”. O que é importante não se vê.
Ou:
- “Nunca se está bem onde se está”.
O PRINCIPEZINHO é uma obra sobre a amizade, a criação
de laços entre as pessoas, a simplicidade, o respeito pela natureza, o regresso
ao universo original da simplicidade.
O PRINCIPEZINHO é o livro em
língua francesa mais vendido no mundo, com cerca de 80 milhões de exemplares, e
entre 400 a 500 edições. É o terceiro mais traduzido de sempre.
A sua
história foi adaptada ao cinema, ao teatro ou à banda desenhada.
Um livro
de ontem, de hoje e de sempre!
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