De súbito, abriram os diques
longamente represados
era Abril
Soltaram-se as asas
as gaivotas voaram, voaram
renasceu em cravos vermelhos
todo um país
de mãos dadas
Abril em mim
Abril em ti
Abril em todos nós
Abril dos sonhos
para inventar
como quem tece de veludo
o irreprimível futuro
Ou alvorece feliz
na alegria das maçãs
As torrentes da liberdade
abriram em Abril
e fomos na aventura
à procura dos corações
no imenso mar das papoilas
as almas quentes da primavera
as palavras solidárias
para semear
a nova era
Ainda lá não chegámos?
Abril é ainda longe
se bem que ao alcance da mão?
Abril em mim
Abril em ti
Abril em todos nós
Ou a utopia fantástica
de um povo em transe
que todos os dias se cumpre
e recomeça
na música de um destino
urgente
que tem um nome: Portugal
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