José Sócrates não encenou a sua saída de primeiro-ministro, por saber que o défice iria disparar, descontroladamente.
O mesmo que (não) tinham feito António Guterres, medrosamente, quando lobrigou o célebre "pântano" e Durão Barroso, finoriamente, quando viu acenarem-lhe com 25 000 euros mensais de Bruxelas, quando o que ganhava em S. Bento era problemas acrescidos...
Cavaco Silva não premeditou um discurso violentíssimo contra Sócrates, na sua tomada de posse, dando origem à grave crise política que se soma à crise financeira, que nos há-de levar à bancarrota.
Ninguém teve em consideração que as eleições podem deixar tudo na mesma, o que significa muitíssimo pior, pois os juros não param de subir a cada dia que passa e qualquer dia não há futuro que aguente…
Pedro Passos Coelho não tem a obsessão de ser primeiro-ministro, a todo o custo, nem vai aumentar o IVA, nem privatizar parcialmente a Caixa Geral de Depósitos, nem acabar com o "Estado Social", porque ele simplesmente já não existe, nem sequer enquanto conceito. Sócrates encarregou-se de lhe dar as machadadas finais.
Vão ser suspensas as malfadadas parcerias público-privadas e os ordenados pornográficos dos gestores públicos e privados vão ser drasticamente reduzidos, enquanto os lucros escandalosos da banca e das grandes empresas sofrerão os devidos impostos.
A ética sobrelevará a conveniência. Os princípios e os valores serão bem mais importantes que a mera política.
A porcaria dos "mercados" é uma invenção americana para acabar com a zona euro. As chamadas agências de rating, todas sedeadas, por mero acaso, na América, são indubitavelmente o instrumento visível para essa ignominiosa tarefa: os Estados Unidos não perdoam que a União Europeia possa constituir um bloco económico independente e soberano. Tudo fará para arrasar o euro e colocar a Europa sob a sua órbita.
Bush ou Obama: os propósitos são os mesmos, a estratégia idêntica, os fins similares. Não há que fingir acreditar em milagres!... Estão todos contra a Europa, a começar pelas economias mais frágeis, para chegar às mais fortes.
Não estamos tramados: vêm aí eleições, com o habitual folclore, o bacalhau a pataco, as promessas para cumprir, os postos de trabalho para garantir, os hinos, as bandeiras, os tempos de antena, a animação costumeira.
Viva Portugal!...
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