A Escola Secundária Sá de Miranda, em Braga, está a comemorar os 175 anos da criação do Liceu de Braga, de que é herdeira, com um conjunto de actividades e eventos que honram a enorme história desta instituição ilustre da capital do Minho.
Também eu fui aluno do então Liceu Nacional Sá de Miranda. Foi entre os anos de 1974 (logo após terminar o então curso geral dos liceus, no Colégio Municipal de Fafe) e 1976. Vejam lá a figurinha que acima transcreve aquele período. Aquela (saudosa) cabeleira e uma cara de menino de pouca barba, dos meus 17/18 anos.
Foram dois anos imensamente ricos, vividos numa altura de transição política e social, decorrente do 25 de Abril. Foi lá que vivi alguns dos acontecimentos do Verão quente de 1975, que me introduzi em algumas utopias politicas, como a efémera simpatia pela LUAR, de Palma Inácio. Foi por essa altura que escrevi grande parte dos poemas que haveriam de integrar o meu primeiro livro de poesia, O Prisma do Poeta. Foi por essa altura que iniciei uma colaboração regular com o diário Correio do Minho, que dura até hoje, mais de 35 anos depois. Lá escrevi quilómetros de prosa e alguns metros de poesia, numa gloriosa página literária que o tempo fez desaparecer e onde alguns poetas minhotos se estrearam a publicar os seus versos.
Para o Correio do Minho haveria de enviar volumosas colaborações de Serafão e de Fafe, durante muitos anos, como correspondente. Mais recentemente, com crónicas semanais e agora quinzenais.
Dos tempos do Sá de Miranda, a que nunca mais voltei, sobraram alguns amigos, colegas do então “6º e 7º anos” e não só. Foi um período que me marcou e a cuja memória às vezes regresso, quando lembro a cidade amiga, culta, onde a história e a modernidade se caldeiam, onde dá gosto passear, e a cujas movimentadas ruas regresso semanalmente, acompanhado da esposa, num ritual que me dá imenso prazer.
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