domingo, 17 de julho de 2011

Movimento eclesiástico da diocese com reflexos em Fafe - P.e Paulo foi embora

O diário Correio do Minho reporta hoje, 17 de Julho, as alterações do movimento eclesiástico da diocese de Braga, por decisão do bispo Jorge Ortiga, as quais preenchem duas páginas daquele periódico.
No caso de Fafe, há a registar ligeiras alterações.
A mais surpreendente, ou talvez não, dado que já há alguns dias se falava de um mal-estar na paróquia da cidade, foi o afastamento do Padre Paulo Jorge Brás de Sá, dispensado da paroquialidade “in solidum” de Sta. Eulália de Fafe e nomeado pároco de cinco paróquias do arciprestado de Barcelos: Quintiães, Aboim, Aguiar, Cossourado e Panque.
O jovem clérigo estava em Fafe há menos de um ano, na sequência do lamentável caso do afastamento compulsivo do Padre José Peixoto Lopes da paróquia de Fafe, um incidente que encheu as páginas dos jornais e os ecrãs das televisões exactamente em Julho passado e que, passado um ano, não se sabe como nem porquê aconteceu. O pároco que aqui estava há 25 anos foi prepotentemente afastado da paróquia, substituído por dois outros clérigos, que não tiveram culpa alguma do sucedido, mas o certo é que ainda ninguém conseguiu saber porque é que o Padre Lopes foi ostracizado pela hierarquia. Tal como acontece com outros sectores, nada transparece, nada se conhece, nada se informa. O silêncio é a palavra de ordem…
Voltando ao movimento eclesiástico, em substituição do Padre Paulo, foi nomeado o Padre Pedro Daniel Faria Marques, nomeado pároco “in solidum” de Santa Eulália de Fafe, como quer o arcebispo, “continuando como moderador o P.e João Fernando Peixoto Araújo, contando os dois com a colaboração do P.e Bernardino Ribeiro, o qual é dispensado da capelania da Santa Casa da Misericórdia de Fafe”.
Não deixa de ser curiosa a questão do “moderador”. Todos nos lembramos que há um ano atrás a grande celeuma que envolveu o Padre Lopes também tinha a ver com a figura do “moderador”.
Havia, na paróquia de Santa Eulália, o Padre Peixoto Lopes e o Padre José Manuel Faria. O primeiro mais com as igrejas tradicionais (Matriz e Nova) e o outro com a do Sagrado Coração de Jesus, em S. Jorge, à qual acabou por mudar as fechaduras, para que o Padre Lopes não tivesse nela entrada. Chegou-se a falar até na divisão da paróquia em duas…
Posta a questão ao arcebispo, falou-se em que para este não havia qualquer “moderador”, porque o que interessava era afastar Peixoto Lopes. Nomeados novos párocos, logo apareceu, como que por milagre de Jorge Ortiga, a figura do “moderador”, neste caso, corporizada no Padre João Fernando Peixoto Araújo.
No movimento eclesiástico hoje conhecido, novamente o mesmo pároco continua como “moderador”. Aceita-se, até porque quem o faz, tem poder para o fazer. Só não se percebe, se é que é para qualquer leigo entender, porque é que a mesma atitude e o mesmo tratamento não foram claramente adoptados relativamente ao anterior pároco da cidade, que merecia mais respeito, maior consideração, outro humanismo, outra atitude “cristã” por parte de quem decide estas coisas e que parece nortear-se por valores que deixam muito a desejar, para não irmos mais longe na adjectivação!... Simplesmente, deplorável, indigno, inominável!...
Ficou a saber-se também que o Padre Adelino Marques Domingues foi nomeado pároco de S. Martinho de Quinchães, em acumulação com S. Martinho de Silvares e S. Martinho de Ceidões.

2 comentários:

Anónimo disse...

Do meu ponto de vista, o artigo começa por incitar uma alegada associação do P.e Paulo ao mal-estar da paróquia, o que é um autêntico disparate. Nem faria qualquer sentido, se assim fosse, que lhe fossem entregues cinco paróquias.
Compreendo a inquietação quanto ao afastamento do P.e Peixoto Lopes, sendo ele pároco da freguesia há tanto tempo. Não compreendo, porém, o julgamento sentencioso que é feito ao Bispo Jorge Ortiga. Certamente não se encontrarão envolvidas questões pessoais nas suas decisões, daí que todo este silêncio aspira à solução mais certeira.
Se não era para irmos mais longe na adjectivação, 'deplorável, indigno e inominável' verbos é que não o são de certeza.
Se transportamos estes três adjectivos, aí sim, facilmente os enquadraremos na classificação da atitude de muitos fiéis, que sem vergonha assumiram ter perdido a fé.
Os sacerdotes são intermediários entre Deus e o Homem, no papel de missionários da igreja. Deles se espera um espírito voluntário que actua onde mais for preciso. Viremos todas as nossas atenções para Deus, e assim nos poupamos de palavras azedas e, por vezes, desrespeitosas.

João Pedro

ARTUR COIMBRA disse...

Obrigado pelo comentário. O comentarista certamente leu mal o início do artigo, porque em lado nenhum se "incita"o Padre Paulo ao mal-estar da paróquia, antes se deixa indiciado que ele foi vítima dessa situação. Daí a palavra "afastamento"...
Quanto ao julgamento sobre o arcebispo de Braga, não gostaria de me alongar. É pessoa que francamente não admiro, nem tenho que admirar. Não tenho relacionamento de qualquer espécie com esse tipo de pessoas. Nem tenho que ter.
Quanto ao resto, são as suas opiniões, que respeito. As minhas são outras.