As fotos não são grande coisa (a máquina do fraco repórter - eu próprio - não deu para mais), mas o concerto de Celina Tavares esta quinta-feira à noite, sob o título genérico Voz em Branco, na Casa Municipal de Cultura de Fafe, foi qualquer coisa de fantástico.
Com um auditório praticamente cheio de amigos e admiradores de uma voz que vem das fímbrias da alma e provém, cristalina e matinal, de onde os rios nascem, Celina Tavares fez questão de “celebrar o cantar em português”, com temas seus a musicar poemas de Fernando Pessoa, José Rui Rocha, Machado de Assis ou Florbela Espanca, entre outros poetas, mas também a interpretar Chico Buarque ou Zeca Afonso. E, como excepção, uma ou outra incursão pela música de expressão francesa de Jacques Brel (dedicada a Francisco Oliveira, ali presente) ou americana (“get happy”, para dar mais alegria ao momento).
No fundo, viagens interiores, histórias, memórias, lembranças do mar e tantas outras andanças “em branco” ou em outras “vozes”.
A uma excelente voz, justamente reconhecida por quem a tem ouvido em diferentes circunstâncias e a merecer a divulgação mais ampla em CD, juntou-se na verdade um espantoso naipe de músicos de elevado gabarito e virtuosidade. Os seus nomes: piano, arranjos e orquestração: José Miguel Costa; guitarra portuguesa: Pedro Santos; acordeão: Cristiano Martins; contrabaixo: Francisco Silva e bateria e percussão: Mário Gonçalves.
Foi o primeiro espectáculo da Kairos – Produções Culturais, sob o título “outros palcos”, destinado a levar eventos nos próximos meses (teatro, dança, cinema) a espaços culturais mais intimistas, neste caso, o espaço da Casa da Cultura.
Estão de parabéns a Celina Tavares e a Kairos por esta fabulosa noite cultural que proporcionaram aos que tiveram o privilégio de a ela assistir, esta quinta-feira à noite. Quem lá não esteve, não sabe o que perdeu!
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