domingo, 22 de janeiro de 2012

Eleições para os Bombeiros em debate: muita uva para pouca parra!

Aproximam-se as eleições para os corpos gerentes da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe, as quais decorrem no próximo sábado, 28 de Janeiro, entre as 16h00 e as 22h00.
Na noite de sexta-feira, o jornal local Povo de Fafe, com grande oportunidade, promoveu no Estúdio Fénix um debate entre os cabeças das duas listas concorrentes ao sufrágio, o qual foi moderado pelos amigos director Ribeiro Cardoso e subdirector Aureliano Barata.
Estiveram presentes os membros de ambas as listas e algumas dezenas de outras pessoas, bombeiros incluídos.
Embora necessariamente parcial na minha análise, porque integrante da lista A, não posso deixar de considerar que o debate só teve um sentido. O campo estava inclinado… O Dr. Pedro Frazão, líder da lista A, “cilindrou” o seu oponente, por acaso meu amigo e conterrâneo (de Serafão), Dr. José Augusto Sousa, uma excelente pessoa, sem dúvida, que muito estimo. Mas não esteve talhada para este combate…
O que refiro a seguir não tem nada de pessoal, longe disso, apenas tem a ver com esta situação muito concreta do debate.
O resultado final, em termos futebolísticos, poderia ser um 9-1, ou, quando muito e com a máxima boa vontade, um 8-2.
Foi o confronto entre:
1) quem conhece por dentro a instituição (Pedro Frazão) e quem não faz a mínima ideia do que lá se passa, e apenas propõe generalidades;
2) quem tem obra feita (início das obras de requalificação do quartel, enriquecimento da corporação com mais 6 viaturas, dotação de grande quantidade de equipamentos individuais de protecção, formação do comando, intensificação da formação, equilíbrio económico-financeiro, entre muitas outras acções) e quem não consegue nem apontar erros de gestão, apenas se entretendo com questões laterais como o número de associados ou a forma de o aumentar (tema importante, mas não relevante para o caso);
3) quem está inteirado de todas as situações e tem conhecimento de causa, por dever de ofício e após três anos de mandato (Pedro Frazão), e quem se limita a ler retóricas generalistas sobre a vida da instituição, contidas num manifesto sem substância;
4) quem sabe perfeitamente quais as competências do comando e da direcção (Pedro Frazão) e quem se admira de o manifesto da lista A  consignar a ideia de “ouvir e dialogar com os elementos do corpo activo, nas decisões estruturantes que lhes digam respeito”, como se a direcção não se pudesse aproximar dos bombeiros, quais maltrapilhos atacados pela lepra;
5) quem propõe medidas concretas, realistas e positivas (Pedro Frazão) e quem não passa das boas intenções, das “filosofias” do senso comum, enfim, da cobertura certamente bem-intencionada a alguns elementos do corpo activo que estão alegadamente descontentes com o comando (não com a direcção, que é quem vai a eleições), por razões q    ue todos os outros bombeiros conhecem  (menos os membros da Lista B).

Deixem-me ainda defender mais duas ou três asserções.

A primeira é a de que, historicamente, não é normal, nem é tradição, nunca aconteceu, nem no tempo do “saudoso Prof. Humberto Gonçalves”, aparecer uma lista alternativa à direcção, quando esta está a trabalhar bem (como é manifestamente o caso) e logo ao fim do seu primeiro mandato. Nunca aconteceu, pelo menos nas últimas décadas…
É estranho que tal esteja a acontecer em 2012. Ou talvez não, como se verá a seguir…
A segunda é a de que estamos perante uma jogada manifestamente política. José Augusto Sousa fez questão de afirmar que não se demitiria dos seus cargos políticos se fosse eleito, ao contrário do que fez Pedro Frazão (e muito bem) há três anos, em circunstâncias análogas. Dá para ver a diferença, entre quem quer servir apenas os bombeiros… e os outros!
Em consequência, a terceira é a de que este é apenas um “round” de um combate que tem a ver com as próximas eleições autárquicas, e com os equilíbrios internos no seio do PSD!...
O que é lamentável é que o PSD (e os seus companheiros de estrada…) se atrevam a utilizar os bombeiros para os seus jogos políticos.
A lista A tem como uma das suas propostas, muito claras e concretas:
- “Recusa da partidarização e politização dos Bombeiros Voluntários de Fafe, já que entendemos que devem existir condições para a maior tranquilidade, isenção e paz social no âmbito da corporação”.
Julgo que isso diz tudo!
Os associados (nós também o somos) que ajuízem e decidam, em ciência, em consciência e em sabedoria, no próximo sábado!
Eles são soberanos, obviamente! E as suas decisões serão a lei!

1 comentário:

ARTUR COIMBRA disse...

Informam-me que há alguém que se sentiu incomodado com o texto que publiquei acima, e que vocifera nessa rede cavaquista do Facebook.
Não frequento essa fauna.
Declaro, urbi et orbi, que não recebi qualquer mensagem sobre o assunto no meu endereço electrónico. Portanto, declino todas as considerações que sejam feitas, e que apenas servem para avolumar a confusão.
O post que publiquei, disse-o bem claramente, é parcial, porque sou parte interessada neste pleito.
Também disse que não é normal o aparecimento de uma lista alternativa aos Bombeiros numa altura em que uma direcção está no final do seu primeiro mandato e tem feito um trabalho positivo cxlaramente reconhecido por quem não tenha antolhos, ou queira fazer dos bombeiros um mero trampolim para ambições políticas de nível autárquico. Deixem os bombeiros em paz!
De resto, obviamente, reitero quanto escrevi acima, e só lamento não ter levado para o (pretenso) debate um caderno de apontamentos para mais e melhor me divertir.
Beijinhos!