segunda-feira, 14 de maio de 2012

Desafectos ao Estado Novo – Algumas imagens

Na sexta-feira à noite, 11 de Maio, a Biblioteca Municipal de Fafe emoldurou-se de amigos para a apresentação de Desafectos ao Estado Novo – Episódios da Resistência ao Fascismo em Fafe (3ª edição, revista e aumentada).
Quero aqui e agora (perante as fotografias do Manuel Meira Correia, que hoje chegaram ao blogue) deixar o meu agradecimento muito profundo a todos os amigos e convidados (mais de uma centena, que lotaram a bela sala) que quiseram obsequiar-me com a sua calorosa presença. Em especial aos familiares dos mártires da liberdade, Joaquim Lemos de Oliveira, “Repas” e Gervásio da Costa, bem como de Ângelo Salgado Medon, Joaquim de Araújo Lopes, Dr. Adelino Pinto Bastos e outros. Também realce merece a presença dos ex-presidentes de câmara Dr. António Marques Mendes, que fez a transição do anterior regime para o regime democrático e Dr. Parcídio Summavielle, que foi lutador anti-fascista e liderou a comissão administrativa entre 1974 e 1976 e depois o município entre 1980 e 1997. Também quero registar a vinda de Guimarães do meu grande amigo e conterrâneo Dr. Barroso da Fonte, apesar de grandes dificuldades pessoais e familiares. Gratidão extensiva a todos os que nos dias e horas anteriores, por mensagem telefónica ou electrónica, manifestaram a impossibilidade da sua presença e deixaram o seu abraço amigo. Os que nada disseram nem apareceram, certamente lá tiveram as suas ponderosas razões, mas é dos presentes que reza a História, como se sabe…


Cumpre-me agradecer as belas e sonoras palavras do presidente da Junta de Fafe, José Mário Silva, um amigo da cultura e da literatura da cidade, que foi o responsável pelo resgate das memórias da resistência ao fascismo em Fafe e do Dr. Pompeu Miguel Martins, jovem vereador da Cultura, notável poeta e escritor e grande amigo, que, com a sua palavra fácil e envolvente, seduz os auditórios e coloca a solidariedade e a identidade fafense em primeiro lugar.
Também uma palavra de gratidão para a intervenção inopinada do velho guardião de memórias locais que é o Francisco Oliveira Alves.
Como já referi, não deixa de constituir uma enorme alegria ter um livro em terceira edição, porquanto é o meu primeiro livro a atingir este patamar (já tinha três a atingir duas edições), fruto certamente da procura e da divulgação e expansão que tem tido ao longo dos últimos anos.
Honra-me também e muito saber este livro referenciado na bibliografia de obras de ilustres investigadores do Portugal do século XX, como José Pacheco Pereira e Irene Flunser Pimentel (Prémio Pessoa 2007 e autora de obras fundamentais sobre o Estado Novo, de que é paradigma a gigantesca A História da PIDE, desse mesmo ano, onde Desafectos ao Estado Novo é referenciado).

Esta edição inclui alguns acrescentos a nível de texto e de imagem, que a enriquecem relativamente às anteriores.

Foram acrescentados mais quatro “rostos da resistência” (Artur Pinto Bastos, Ângelo Salgado Medon, Joaquim de Araújo Lopes e Ernesto Amílcar de Oliveira), bem como enriquecidos e ampliados alguns textos, e apensados novos documentos aos já existentes.

No final, com o propósito de homenagear a memória da luta pela liberdade neste concelho, quer individual, quer colectivamente, nos seus protagonistas, momentos, estratégias e lugares fundamentais, numa linguagem tão acessível e rigorosa quanto possível. No fundo, para que “não se apague a memória” dos atropelos e da resistência para os ultrapassar, em Fafe, como no país, o que apenas seria conseguido em 25 de Abril de 1974.


A liberdade de que hoje desfrutamos não caiu do céu. É o resultado de um combate porfiado de sucessivas gerações de republicanos, democratas de várias tendências (comunistas, socialistas e outros), católicos progressistas e outros opositores à Ditadura estadonovista de Salazar e Caetano, que transformaram este país num “longo país do medo” durante quase meio século, lançando mão dos aparelhos repressivos como a polícia política, a censura, as forças armadas, a legislação antidemocrática e as fraudes eleitorais, entre outras estratégias para silenciar as divergências e as oposições políticas e sociais.
Todos estão representados nesta obra, que os homenageia e celebra!
Finalmente, não deixei de dedicar este trabalho à Minda, minha amada esposa, que há mais de três décadas, com imenso amor, dedicação, estima e afecto, vai resistindo a meu lado nesta tarefa hercúlea e insana de desbravar e valorizar a história e as gentes de Fafe!
Se os livros que vou publicando levam o meu nome, levam também muito o seu sacrifício, o seu apoio, o seu carinho.
Um grande beijo!

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela obra, um livro de grande valor que já comecei a ler. Uma homenagem aos mártires e resistentes da nossa terra.

Terceira edição, é para se sentir orgulhoso e imensamente feliz.

Bem-Haja!

ARTUR COIMBRA disse...

Obrigado, Ana, pelo seu comentário amigo. Espero que, não sendo de Fafe, como eu, aprecie o livro, que escrevi há quase uma década, e agora actualizei e aumentei, com toda a paixão e toda a minha energia investigativa. Ponho sempre o melhor que sou em tudo o que faço.
Bem-haja!