Cansadas dos dias
Desabam urgentes como um verso
Uma rosa uma lágrima
Que se desprende do olhar
Abandonam os ramos
À sua nudez
Enquanto os pássaros rumam
Ao sabor das buganvílias
Em bandos de sonora luz
O teu rosto escreverá
A pequenez dos dias
A demorada migração da alegria
E do calor dos corpos
Os gatos regressam ao anoitecer
Da casa para serem amados
Em meigas mãos de lã
Quase não há sol
Quando as folhas atapetam o chão
Dos teus lábios que soletram
As chuvas que desenham o horizonte
(Artur F. Coimbra. Poema publicado em 15 de Novembro no jornal Notícias de Fafe)
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