Na noite de quarta-feira, 7 de Dezembro, o auditório da Casa Municipal de Cultura de Fafe foi palco para a apresentação do livro Memórias da Vida e da Rádio dos Afectos, do conhecido homem da rádio António Sala.
O mínimo que se pode afirmar é que Sala se mostrou um exímio conversador, como sempre foi seu timbre, passando em revista, com palavras simples e de grande simpatia, o seu percurso de vida pela rádio, de que é um dos maiores ícones a nível nacional, em especial, na Renascença. Lembremos que José Rodrigues dos Santos, que assina um breve prefácio, o considera “um dos melhores profissionais da comunicação social no nosso país” e que António Sala foi eleito em 2007 pelos ouvintes do Rádio Clube Português “a maior figura de sempre da história da rádio em Portugal”.
Foi esta figura emblemática que aqui se deslocou, com grande privilégio nosso, para apresentar, em traços gerais, as linhas mestras da sua sexta obra, escrita ao longo de oito anos e que retrata episódios vividos pelo autor ao longo da sua carreira profissional de mais de quatro dezenas de anos, em diversas estações emissoras.
Sala deteve-se num episódio interessante ocorrido com o poeta Vinicius de Morais, quando se deslocou a Portugal, era o radialista ainda muito “moço”.
Falou da importância da rádio (foi por esse meio de comunicação, e não pela televisão, que se conheceram as senhas do 25 de Abril, por exemplo) mas evidenciou, com tristeza, a monotonia que é a rádio hoje em dia. Quase todas as estações se cingem a uma playlist, que integra basicamente os mesmos temas musicais, o que empobrece drasticamente o panorama radiofónico, hoje disponível em variadíssimas plataformas, que integram os telemóveis ou os computadores, e não apenas as tradicionais telefonias.
António Sala considera que o seu livro se resume a um “contador de histórias ligadas aos afectos e aos olhares, às coisas e às pessoas que marcaram a minha vida e, sobretudo, o meu modo de fazer rádio. É, única e simplesmente, a visão de um radialista e o contar das histórias que o marcam na profissão”, mas assume também a sua “modesta homenagem a todos que fizeram e aos que ainda escrevem a história da rádio em Portugal”.
A longa e interessante noite com António Sala concluiu com uma saborosa anedota, contada com o humor que caracteriza o autor das “Anedotas do Sala”.
António Sala passou ainda, antes da sessão, pelas salas do Museu das Migrações e das Comunidades, que apreciou vivamente, na companhia do vereador da Cultura, Pompeu Martins.
Já no final, e após os sacramentais autógrafos, esteve a conviver com as pessoas que participavam na abertura da exposição de bijuterias de Telma Mota, de que se fala em outro post, designadamente, o Presidente da Câmara, José Ribeiro e o seu chefe de gabinete, Carlos Mota, além de Joaquim Lima, empresário e autarca e deste escriba, com os quais esteve em animada conversa durante mais de uma hora.
Em suma: foi um enorme orgulho para Fafe receber esta personalidade de gabarito nacional e conviver com ele durante algumas horas, na noite de quarta-feira.
Fotos: Manuel Meira Correia
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