domingo, 2 de setembro de 2012

O que é bom acaba depressa!... O que nem é mau!

Como diz o povo, na sua eterna sabedoria, as coisas boas acabam depressa. Como quem reafirma que não há bem que sempre dure. É o que acontece com as férias, essa realidade na qual depositamos tantas expectativas mas que se revela tão passageira, que se esvai tão rapidamente que mal damos por isso.
De todo o modo, as férias – para quem a elas consegue aceder, dado tratar-se de um bem infelizmente cada vez mais raro – constituem um tempo de lazer aproveitado para o exercício do “nada fazer”, que é como quem diz para engendrar o que der na real gana, sem a sujeição à escravatura do relógio ou às ordens do chefe de serviço. Dormir, comer, passear, conviver, ler, são algumas das actividades mais cultivadas durante este período anual de descanso. A maior de todas, para a maioria dos veraneantes, será porventura o duro e penoso trabalho do “bronze”. Férias sem bronzeado são como comício de Jardim sem ataques ao governo de Lisboa, ou como discurso de Passos Coelho sem desculpas pela “pesada herança” de José Sócrates. Por isso, eles e elas esforçam-se até à tortura pelo corpo mais moreno, usando e abusando do sol a horas impróprias e lançando mão dos óleos milagrosos que transformam um puro lusitano no mais acrisolado “marroquino”.
Férias são tempo de ruptura com o quotidiano de todo o ano, de corte com as rotinas, de imposição, por alguns dias, de uma vivência mais próxima do paraíso, o que quer que isso seja.
Férias são ainda a oportunidade para colocar algumas leituras em dia. E é por isso que, na praia ou na esplanada, se vêem homens e mulheres, mais novos ou mais idosos, de corpulentos romances na mão, sequiosamente à espera de chegar ao fim e conhecer o desfecho de cada trama. O que vem comprovar que os portugueses gostam de ler. Não têm é tempo ou pachorra, ao longo do ano, para entrar nos calhamaços de Dan Brown, de José Rodrigues dos Santos ou de Miguel Sousa Tavares. Aproveitam assim o lazer anual para desfrutar do prazer da leitura que o dia a dia ou a preguiça não permitem concretizar mais assiduamente.
Férias são também o tempo de ler jornais, ou revistas, a maioria cor de rosas, e manter níveis de informação que não ocupam espaço e nos religam permanentemente ao mundo que nos rodeia.
Tudo isto fiz (mais a minha mais que tudo) durante estas duas últimas semanas, este ano sem a presença do apêndice capilar, no lábio superior, com mais de três décadas de existência: “torrar” ao sol, ler as notícias diárias, dormir até mais não poder, conversar com velhos e novos amigos. O simpático “clã lisboeta” (Nina, Mili, Ana, Ildefonso, Bianca, Maria, Bruno), que vem já do ano anterior, bem como os portuenses Ana Maria, Isabel e o patriarca Costa Leite e os aprofundados amigos deste ano: Helena e Paulo Afonso, Adelaide e Paulo Ribeiro e Paula e Rogério Gonçalves, e respectivos filhotes. Gente bem simpática e afectuosa da região lisboeta (Sintra, Mem Martins, Moita), que tivemos a felicidade de ter como conviventes diários. Gente 5 estrelas!...
Aqui ficam algumas imagens destes dias de Armação de Pêra, no Algarve, onde tive o prazer de contactar com o jornalista e escritor Júlio Magalhães, a quem reiterei o convite para vir a Fafe nos próximos meses. Aceitou.
O que é bom acaba depressa!... O que nem é mau! Há mais vida para além das férias. Como o trabalho, pe. Sem estresse.








O artista a enrolar as troxas. Até para o ano!...

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