sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Passos prometeu sempre «menos sacrifícios»

Conta do primeiro-ministro no Twitter foi utilizada até às eleições, quando o PSD insistia no corte da despesa e não no aumento de impostos

A conta de Twitter que Pedro Passos Coelho utilizou antes e durante a campanha eleitoral ainda se mantém activa, pelo que é possível ver o que prometeu o actual primeiro-ministro, conforme recordou Fernanda Câncio esta sexta-feira num artigo de opinião no Diário de Notícias.
O tvi24.pt recolheu algumas das mensagens que, hoje, após quatro aumentos de impostos e pouca clarificação do lado do corte da despesa, ganham outra luz.

- «A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento»

 – «Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate»

 – «A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos»

 – «Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas»

 – «Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução»

 – «Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos»

 – «Apelo ao Governo para que seja diligente e transparente no que toca à despesa. De outra forma é o país que sofre com esta situação»

 – «Se continuássemos a empurrar os cortes na despesa com a barriga desta forma, acabaríamos o ano com mais mil milhões de euros de défice real»

 – «O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando»

 – «O aumento de impostos previsto por este Governo no documento que assinámos com a UE e o FMI é mais do que suficiente»

 – «Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português»

 – «Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos»

 – «Não podemos colocar a austeridade toda do lado das pessoas e nenhuma do lado do Estado. Foi isto que transmiti ao Governo»

 – «O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento»

 – «Mas o sacrifício das empresas e famílias não foi suficiente para equilibrar as contas públicas. O esforço tem de começar pelo próprio Estado»

 – «O Governo quer tornar mais fácil e barato despedir, mas não aceita que os jovens possam ter mais possibilidade de emprego»

 – «A receita durante estes primeiros meses só pode aumentar porque aumentámos os impostos todos. Não há milagre nenhum»

 – «Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou».

Comentário:

Estas sábias declarações foram produzidas ao longo de meses, antes das eleições, pelo mesmo personagem que actualmente as contradiz de forma vergonhosa e escandalosa. Só pode ser por manifesta incompetência. Porque se tinha a receita para os males do país e fartou-se de alertar o governo de José Sócrates, tinha agora a hipótese de a aplicar: respeitando os portugueses, pedindo menos sacrifícios aos contribuintes, não aumentando despudoradamente os impostos dos rendimentos do trabalho, não cortando salários, não roubando metade do 13º mês, fazendo os ricos também pagar (que é o que mais lhe custa fazer, vá-se lá saber porquê…), cortando nas gorduras do Estado (o que só lá para a frente, quando Deus quiser…), enfim, não colocando o país “a pão e água por precaução”, como ele bem dizia, quando não tinha qualquer poder, a não ser o da língua.
Não sendo mais “troikista” que a “troika”, como está a ser...
Repete-se o mais relevante do “breviário passoscoelhiano”, antes das eleições, para o podermos confrontar com a desvergonha destes dois meses de governação, numa autêntica corrida aos recordes de quem mais taxa e desgraça os portugueses no menor lapso temporal.
Na verdade, como vem recorda Passos Coelhos, por antecipação, este “é um governo faz de conta”.

Repete-se:

- Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos;

- Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução;

- Apelo ao Governo para que seja diligente e transparente no que toca à despesa. De outra forma é o país que sofre com esta situação;

– O aumento de impostos previsto por este Governo no documento que assinámos com a UE e o FMI é mais do que suficiente;

 – Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português;

– Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos;

 – Não podemos colocar a austeridade toda do lado das pessoas e nenhuma do lado do Estado;

– A receita durante estes primeiros meses só pode aumentar porque aumentámos os impostos todos. Não há milagre nenhum;

 – Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou.

Sem comentários: