* Os meus filhos, obras de arte maiores e mais belas, pela sua juventude sadia, pela verticalidade, pelo inconformismo, pelo amor à vida, pela exemplaridade, pelo carácter, pelo respeito, pelo exercício da cidadania e do civismo, por serem os melhores filhos do mundo;
* A minha mulher, pelo seu amor, pela sua compreensão, pelo carinho, pelo afecto, pelo caminho que percorremos, lado a lado, há três décadas, de mãos dadas, como se não tivéssemos mais de 20 anos;
* A memória de meus pais, sobretudo quando os “vejo” a “pegarem-se” pelos motivos mais fúteis ou a contarem histórias de outros tempos e outras gentes, como se o fio do tempo não tivesse fim;
* Os meus livros e escritos, que acabam por ser a razão de tantas alegrias e de imensas descobertas, da poesia à investigação, das nascentes plurais à história da nossa terra e das nossas gentes;
* A minha infância, pátria sagrada que regressa a cada momento ao meu coração; as brincadeiras, as tropelias, as subidas às árvores para assaltar os ninhos, os banhos no rio em Fevereiro, as investidas atrás das raparigas, os “assaltos” aos quintais dos vizinhos da aldeia para furtar laranjas ou maçãs, as deslocações para a escola, que duravam uma hora quando se podiam fazer em 20 minutos, as fugas à doutrina, e tantas outras travessuras que ficaram lá atrás na meninice e hoje me fazem sorrir, só de as recordar;
* A minha terra, a terra em geral, o campo, a lavoura, o espaço rural: sou um homem estruturalmente do campo, sem dúvida, embora moldado pela cultura urbana, que leva já mais de três décadas de trabalho sobre o meu espírito;
* A Primavera, o sol, o calor, o voo dos pássaros, o verde dos campos e das árvores;
* O canto das cotovias;
* As rolas: adoro as rolas, a sua elegância, o seu porte, o seu canto, a sua fidalguia popular;
* O mar, a praia, o mar, a praia: multiplicadamente…
* Tantos livros, tantos discos, tantos filmes, tantos amigos íntimos do espírito e das coisas mais sedutoras da vida;
* Ah, claro, e o glorioso SLB. Pode não ganhar sempre, ou quase sempre, mas dá-me imensos sorrisos e bastas alegrias. É uma impenitente paixão, uma chama intensa a arder no coração. Por ele torço, por ele sofro, por ele vocifero, zango-me, enervo-me, bato palmas, dou murros na mesa, grito “goooooooolo!”. É uma perdição, uma loucura, um permanente saudável desatino!...
São estas e outras maravilhas que me fazem sorrir.
Sobre o que não me faz sorrir, nem vale a pena falar. Basta ler os jornais, ver a televisão, ouvir o rádio. Não é preciso ir mais longe, aos cafés, aos mercados, às paragens dos autocarros.
Como diria o poeta, “vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”!...
E lá vai o sorriso!...
2 comentários:
É um prazer poder cruzar-me com o seu sorriso! Um bem haja!
Muito grato por palavras tão afectuosas e amigas! Beijo.
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