Já há uns meses, uma fuga de informação de um alegado membro da alegada comissão de alegados peritos encarregado pelo alegado ministro da saúde (ou das finanças? - porque de saúde trata imensamente pouco) de estudar a reforma da rede de urgências a nível nacional, dava conta da eventualidade do encerramento do serviço de urgência básica da unidade de Fafe do Centro Hospitalar do Alto Ave.
Nos últimos dias, o assunto voltou à baila, como se sabe, e a comunicação social amplamente noticiou. Os alegados peritos propuseram o fecho de 12 serviços de urgência em todo o país.
O ministério desdramatiza, como convém e diz que a proposta tem um “carácter meramente consultivo” e que algumas propostas “não são exequíveis”. Poderíamos ficar descansados; mas não ficámos.
As autarquias de imediato fizeram ouvir a sua voz; as populações mexeram-se. Fizeram bem. Ninguém quer perder serviços, obviamente, para mais tratando-se de um sector fundamental como é o da saúde.
No caso de Fafe, é um crime político acabar com a urgência básica no nosso Hospital. Ainda que a funcionar com os serviços mínimos.
O encerramento de um hospital com 150 anos de história, construído com o maior amor e paixão com cabedais "brasileiros", que sempre serviu a contento as populações do município e da região de Basto, hoje computadas em 100 000 pessoas, seria catastrófico para a região, como faz questão de sublinhar (e muito bem) o presidente da autarquia, José Ribeiro.
Porque todos sabemos de certeza certa que o Hospital Nossa Senhora de Oliveira não tem capacidade para receber tanta gente, que está num estado caótico e calamitoso, com horas de espera nas salas de urgência que são absolutamente degradantes num país civilizado.
Um governo que, em lugar de reforçar a unidade de Fafe com os adequados serviços de urgência, para funcionar como tampão e primeira triagem para as tais 100 000 pessoas deste município e dos concelhos de Basto, se arrogue a eventualidade de aceitar as alegadas propostas da alegada comissão dos alegados peritos comete um crime político imperdoável perante as populações desta região, pelo qual não deixará de ser devida e muito justamente penalizado na altura própria.
Porque não se brinca aos peritos com as questões da saúde!... Nem são admissíveis lógicas meramente economicistas. Há que respeitar as populações, da Quinta da Marinha, de Carcavelos ou de S. Miguel do Monte. Todas têm direito a serem tratadas com dignidade, qualidade e presteza!... Por muito que custe aos irritantes burocratas lisboetas que apenas sabem fazer contas, mas não fazem ideia de quanto custa a um velhinho de Monte ter de deslocar-se a Fafe para um mero episódio de urgência.
Sabem lá os ricos Macedos o que isso é?
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