A festa da cultura fafense, concretizada nas II Jornadas Literárias de Fafe, culminou na noite desta segunda-feira, 21 de Março, dia mundial da poesia, da árvore e início da primavera. Durante mais de três horas, em mais um grandioso espectáculo gizado pelo impagável Carlos Afonso, desfilou, em diferentes registos, a poesia dita e proclamada, a música, a magia.
Sob a alçada soberana de D. Dinis e da poesia trovadoresca, a noite foi de homenagem à poesia e aos poetas, sob a égide do verso de Florbela Espanca, “Ser Poeta é Ser mais Alto”.
Na festa participaram jovens poetas das diversas escolas e agrupamentos do concelho, disseram poesia outros poetas como Artur Coimbra, Peixoto Lopes, Acácio Almeida, Augusto Lemos e Pompeu Martins, actuou numa excelente dança medieval o grupo “Leões do Ferro”, dançaram jovens da Escola de Bailado e a Academia de Música José Atalaya interpretou magistralmente a “Mensagem”, a partir da obra homónima de Fernando Pessoa.
Foram ainda distribuídos prémios literários a mais de uma dezena de alunos, fizeram o balanço das jornadas Artur Coimbra, por parte da autarquia, e Carlos Afonso, pela Escola Secundária, ele que foi homenageado, muito justamente, pelos seus colegas.
A autarquia, simbolicamente, homenageou as cerca de três dezenas de docentes da comissão organizadora com uma rosa branca e um exemplar da obra colectiva O Prisma das muitas cores – Poesia de Amor Portuguesa e Brasileira.
Falaram ainda circunstancialmente a directora da Secundária, Natália Correia e o presidente da Câmara, José Ribeiro.
No final, cantou-se o hino das Jornadas, excelentemente criado e interpretado pela Academia de Música, com letra de Carlos Afonso, a qual se deixa a seguir.
Hino das Jornadas Literárias
Coro: Palavra a palavra se constrói um querer
Gravado nas cores certas da verdade.
Palavra a palavra se desenha um viver
Guiado pela força rubra da Liberdade.
Nos campos verdes do Minho
E antes de o sol acordar,
A lua adormece na esperança,
Na certeza do acreditar.
Nas asas esbeltas das aves,
Que ao céu entregam seu voar,
Sentindo sinais dos homens,
Presos à grandeza do sonhar.
Nas ruas, fachadas e praças,
Que definem nossa cidade,
Mostrando gentes e destinos,
Dignos da imortalidade.
Dos versos que crescem poemas,
E no enredo das vontades,
Criam-se lendas e histórias,
Envoltas em riso e saudades.
Das águas que descem dos montes,
Colhe-se a pureza das nascentes,
Da alma dos poetas fafenses,
Escuta-se a liberdade.
Umas Jornadas memoráveis acabaram. Para o ano haverá certamente mais. Até lá!
Fotos: Manuel Meira Correia
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