terça-feira, 23 de agosto de 2011

Meu querido mês de Agosto (7)

 
Gandas campeões!...

A selecção sub-20 sagrou-se este domingo vice-campeã do mundo, em futebol, sendo derrotada, algo injustamente, pelo colosso Brasil, por 3-2, apenas no prolongamento, exactamente aos 111 minutos.
Mesmo assim, os nossos jovens jogadores, catalogados como a “Geração Coragem”, só podem merecer de todos os portugueses os maiores louvores, porque são hoje o nosso colectivo orgulho, e aquilo em que, unanimemente, nos podemos rever, já que em outras áreas apetece mandar alguns para aquele sítio, como faremos.
Os nossos jovens futebolistas surpreenderam o mundo e até Portugal porque, à partida, ninguém esperaria um tão grande feito, habituados que estamos a olhar apenas para a selecção de Paulo Bento e a menorizar a “rapaziada” dos escalões mais jovens.
Estes jovens transcenderam-se e acabaram por corporizar um percurso competitivo com o qual, porventura, até os próprios não contavam, à partida para a Colômbia.
Estão todos de parabéns, estes moços heróis lusitanos, como Mika (melhor guarda-redes da prova), Cédric, Júlio Alves, Roderick, Nuno Reis, Mário Rui, Danilo, Pele, Saná, Sérgio Oliveira, Alex, Caetano e Nélson Oliveira (segundo melhor jogador do torneio e um dos melhores marcadores), entre outros. Bem como, com toda a justiça, a equipa técnica em que poucos acreditavam, liderada por Ilídio Vale. Um grande bem-haja a todos eles. Portugal tem mesmo futuro, como referiu o seleccionador. Um grande futuro, com grandes jogadores, como os vários jogos demonstraram. Atletas de enorme potencial e de inegável qualidade técnica, em muitos casos superior a muitos dos 272 jogadores estrangeiros que campeiam no futebol português.
E aqui é que bate o ponto: o sistema futebolístico nacional tem, nos últimos anos, privilegiado em excesso os jogadores importados dos países do Leste europeu, do Brasil ou dos países sul-americanos (Argentina, Uruguai, Paraguai, etc.), muitos de qualidade duvidosa, que aqui chegam e logo partem para outros emblemas, sem acrescentarem pevide ao futebol nacional.
É urgente apostar nos jovens futebolistas portugueses, sobretudo nos mais credenciados e capacitados, como têm demonstrado à saciedade.
É urgente dar oportunidade a estes jovens de imensa garra e incomensurável talento, dando-lhes espaço nas equipas de topo, às quais alguns estão ligados. Temos de acabar com a vergonha de vermos equipas como o SL Benfica, da qual me orgulho de ser adepto, alinhar nos últimos jogos sem um único atleta português. Escandaliza-me que tal seja possível, ou melhor, que não haja regras de conduta que defendam e valorizem os jogadores nacionais.
É urgente acabar com a maciça importação de jogadores, como quem importa batatas ou cebolas, até por uma questão de apoio à economia nacional, neste momento difícil da vida cá do burgo. Vamos acabar com as importações excessivas de atletas, muitos deles de discutível talento e que nada acrescentam ao que já cá existe.
Esperemos, enfim, que este grande campeonato do Mundo protagonizado por estes maravilhosos jovens lhes dê, ou à sua maioria, acesso aos maiores estádios deste país e que daqui a alguns anos sejam eles a concretizar a maioria da selecção A das quinas.

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