Disse-te “bom dia”. Não respondeste.
Dei-te um beijo. Não sentiste.
Esperei por ti. Não apareceste.
Pai, porque me abandonaste?
A primavera está à porta
As flores desabrocham em aromas
Cores asas sorrisos
As crianças brincam o fim da tarde
Leves afogueadas geométricas
As rolas esperam por ti
Como na minha infância
As videiras choram o sol de Março
Pai, temos tanto para conversar
Tanto rio para descobrir
Tanta semente para lançar à terra
Alegrias para colher
Porque me abandonaste, pai?
Não tinhas o direito de me deixar só
Com a pura amargura irremediável
Hoje é o teu dia e não vieste
Preencher o meu coração
Como outras vezes tantas vezes o fizeste
Mas não penses que algum dia
Me esquecerei de ti. Disso estás livre...
Boa noite, pai.
Os teus olhos estão comigo!
Até à eternidade!
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