Que credibilidade pode ter uma deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que iliba o ministro Miguel Relvas de pressões ilícitas sobre uma jornalista do Público, quando se vem a saber que foi votada apenas pelos membros eleitos ou indicados pelo PSD?
O Conselho de Redacção do Público denunciou, a 18 de maio, ameaças do ministro Miguel Relvas sobre o jornal e a jornalista Maria José Oliveira.
As alegadas ameaças eram a divulgação na Internet de dados da vida privada da jornalista e um boicote noticioso do Governo ao diário, caso fosse publicada uma notícia sobre declarações do ministro no Parlamento relativamente ao chamado "caso das secretas".
Afinal, passado este tempo e depois de várias inquirições, não se provou nada… No meio de toda esta tramóia, a única vítima foi a jornalista, que se demitiu do Público, no início deste mês. De resto, é tudo boa gente!...
Pode afirmar-se que, nos termos da Lei nº 53/2005, de 8 de Novembro, que cria a ERC, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, é uma pessoa colectiva de direito público, com natureza de entidade administrativa independente, que visa assegurar as funções que lhe foram constitucionalmente atribuídas, “definindo com independência a orientação das suas actividades, sem sujeição a quaisquer directrizes ou orientações por parte do poder político”.
Isso é o que está na lei, a realidade são os Magnos e outros membros sorridentes para os Relvas e a quem só vagamente interessa a descoberta da verdade.
Por isso, desde o início, já se esperava o epílogo que veio a apurar-se. Que é a vénia ao poder. Simplesmente.
Por isso é que a ERC é uma inutilidade enquanto regulador que nada regula, aliás como os restantes reguladores. Por isso é que o PSD também não quer que o processo seja reaberto no Parlamento e que Miguel Relvas lá regresse para prestar mais esclarecimentos. O silêncio é de oiro, sem dúvida!...
Sem comentários:
Enviar um comentário